Os juros e o mercado imobiliário

Mateus Muniz Elias Teixeira. Engenheiro Civil e presidente da Assecob

Por: Mateus Muniz Elias Teixeira  -  12/02/24  -  06:54
  Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nos últimos dias indica que a taxa básica de juros brasileira, conhecida como taxa Selic, deve seguir sendo cortada em meio ponto percentual a cada nova reunião da instituição, caso os cenários econômicos nacional e internacional sigam sem grandes solavancos. A notícia, por si só, já gera um sentimento de otimismo que reflete em todo o mercado.


Mas o anúncio de novas baixas de juros traz uma sinalização muito positiva para o segmento da construção civil, permitindo que um maior contingente de famílias busque realizar o tão almejado sonho da casa própria.


Apenas a título de ilustração, imaginem uma taxa na faixa dos 12%, com uma prestação mensal por volta dos R$ 2,5 mil. Se esses juros caírem para 7%, por exemplo, a prestação de R$ 2,5 mil cairia para algo em torno de R$ 1,7 mil e a renda exigida, anteriormente de R$ 8,5 mil, seria diminuída para R$ 5,7 mil.


Um grande número de cidadãos, que antes não conseguiam atingir a renda exigida, passam a poder sonhar em recorrer ao financiamento imobiliário para deixar o aluguel. E os benefícios dessa redução não param por aí, pois, para oferecer novas moradias, o setor da construção necessita de mais e mais mão-de-obra, e necessita adquirir insumos de uma gama imensa das indústrias e de empresas de todos os portes.


O círculo virtuoso da construção movimenta a economia como um todo, pois gera empregos diretos e indiretos e incentiva o consumo de itens indispensáveis na montagem de uma casa: móveis, eletrodomésticos, itens de decoração e traz riqueza para o País.


O mercado imobiliário possui uma importância significativa para o desenvolvimento da economia nacional. A questão da desoneração da folha tem um aspecto relevante para vários atores desse segmento e precisa ser resolvida com a devida celeridade. A construção gera postos de trabalho numa velocidade de absorção imediata, não observada em nenhum outro segmento econômico.


Oferecer trabalho digno e moradia para a população brasileira é imprescindível para que o País tenha uma retomada econômica com uma curva ascendente mais acentuada e contínua.


O setor da construção civil vive um momento positivo na Baixada Santista e em muitas outras regiões do País. Vários pontos de nossas cidades vêm passando – notadamente – por uma renovação urbana de grandes proporções, ampliando a oferta de novas moradias para todos os públicos e faixas de renda.


Outro aspecto relevante dessa renovação urbana, além de buscar diminuir o preocupante déficit habitacional, é o de trazer um incremento muito relevante à arrecadação dos municípios, oferecendo a oportunidade para que as prefeituras invistam cada vez mais em saúde, segurança, educação e uma série de outros serviços em prol da coletividade.


Mesmo contra todos os aumentos impostos pela indústria de base que serve o setor, o empresariado da construção civil segue resiliente e determinado em ofertar produtos imobiliários de qualidade e que ofereçam moradia digna, qualidade de vida e segurança para os seus clientes.


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