Ameaça à banana no Brasil e no Vale do Ribeira

Fungo conhecido popularmente como Mal do Panamá, R4T, que mata bananeiras pode ameaçar produção no Vale

Por: Rosana Valle  -  09/05/21  -  08:34
Atualizado em 09/05/21 - 12:54
 Quando a fome é uma realidade cruel no Brasil, uma ameaça ao cultivo da banana pode significar um problema
Quando a fome é uma realidade cruel no Brasil, uma ameaça ao cultivo da banana pode significar um problema   Foto: Imagem Ilustrativa/Unslapsh

Em uma época de pandemia, quando a fome é uma realidade cruel no Brasil, uma ameaça ao cultivo da banana pode significar um problema sem precedentes aos brasileiros.


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Afinal, a banana ajuda a matar a fome de muita gente no Brasil.


A ameaça é o fungo conhecido popularmente como Mal do Panamá, R4T, que mata bananeiras e pode ameaçar a produção dos bananicultores do País.


O fungo ameaça também o Vale do Ribeira, região responsável pelo abastecimento de 80% da fruta no Estado de São Paulo.


Fui alertada por agricultores meus amigos do Vale do Ribeira que o fungo, que dizimou plantações na Ásia e África, chegou à Colômbia e agora ao Peru, perto da nossa fronteira.


Nos preocupa a iminente chegada deste fungo, classificado cientificamente como Fusarium oxysporum f. sp. Cubense raça 4 Tropical-Foc R4Tl.


O plantio de banana no Brasil é de 500 mil hectares. No Estado de São Paulo, 7 mil produtores são responsáveis por 50 mil hectares. Na região do Vale do Ribeira, 4 mil produtores plantam banana em 30 mil hectares. Este representa 80% do PIB da região.



Ou seja, estou falando de alimento, renda e empregos garantidos pela banana.


Por isso pedi à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, informações sobre a iminente chegada do fungo, e que providências já podem ser tomadas diante da ameaça.


Precisamos reforçar a vigilância sanitária nas fronteiras, informar preventivamente os agricultores e buscar ajuda na Embrapa, que faz estudos para desenvolver uma variedade de bananeira resistente ao fungo.


Pedi informações sobre a resistência e susceptibilidade ao fungo das variedades presentes no Brasil. Precisamos conhecer a capacidade de vigilância e efetividade de barreiras fitossanitárias, bem como os avanços e iniciativas em pesquisa e desenvolvimento para evitar a entrada desse fungo no país e combatê-lo, caso as medidas sanitárias não consigam evitar a chegada.


Não há cura para a doença, que já foi alvo de alerta fitossanitário da FAO (Fundação da ONU para a Alimentação e Agricultura).


Diante da gravidade da situação, solicitei que medidas urgentes sejam tomadas para evitar que essa doença se alastre pelo país, causando prejuízos aos produtores e desestabilizando a cadeia produtiva, gerando desemprego e fome.


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