A dama do Casarão Branco

Edith Pires nos deixou e testemunhou de perto uma boa parte da história de Santos

Por: Rosana Valle  -  20/03/22  -  07:50
Segundo o neto, Edith morreu em casa de causas naturais aos 102 anos
Segundo o neto, Edith morreu em casa de causas naturais aos 102 anos   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Escritora, acadêmica, generosa e uma grande inspiração para muita gente. Edith Pires, que nos deixou quinta-feira (17/3), testemunhou de perto uma boa parte da história de Santos.


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Ainda guardo com carinho a manta azul que ela teceu para mim, quando eu estava grávida do Enrico, meu primeiro filho, que hoje cursa Direito, aos 21 anos.


Mas guardo, mais ainda, as lições de vida desta contadora de histórias e defensora das mulheres. Dona Edith me inspirou a fazer o mesmo por meio do jornalismo.


Em seu livro, 'Memórias do Casarão Branco', onde ela nasceu e viveu, e que hoje abriga a Pinacoteca Benedicto Calixto, Edith Pires conta muitas histórias que revelam as bases dos valores santistas.


Edith conta da ajuda que seu pai e toda sua família deram à causa da Revolução Constitucionalista de 1932. Das obras sociais a que se dedicou e também das grandes festas do Clube XV e do Caiçara Clube.


Ela lutou pela preservação do Casarão Branco, hoje um ícone da orla santista.


A grande dama nos deixou aos 102 anos muito bem vividos, repletos de sua inteligência e bom humor.


Fiz entrevistas memoráveis com ela e, em todas as conversas, aprendi muito sobre como dar valor ao caráter e à generosidade, acima das tendências do momento.


Mulheres fortes e sensíveis como Edith nos deixam um legado de dignidade, que jamais se perde no tempo.


Certamente suas lições vão perdurar para sempre, para além das grossas e belas paredes do Casarão Branco.


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