Times argentinos precisam se mexer após fracassos na Libertadores e Sul-Americana

Pela 1ª vez em dez anos não haverá clubes do país vizinho nas semifinais de ao menos uma das competições continentais

Por: Bruno Rios  -  20/08/21  -  09:21
 O River Plate não viu a cor da bola na Copa Libertadores e foi eliminado pelo Atlético-MG
O River Plate não viu a cor da bola na Copa Libertadores e foi eliminado pelo Atlético-MG   Foto: Divulgação/Conmebol

Para alegria de muita gente, mas a tristeza de quem preza pela competitividade do futebol na América do Sul, pela primeira vez em dez anos não haverá clubes argentinos nas semifinais da Copa Libertadores ou da Copa Sul-Americana. As quedas do River Plate para o Atlético-MG e do Rosario Central diante do Red Bull Bragantino nas duas competições foram o ponto final de uma temporada a ser esquecida pelos nossos vizinhos. Ou melhor, que deve ser bastante lembrada por eles, caso não queiram ficar para trás.


O futebol argentino tem uma série de problemas a serem resolvidos, só que nos últimos anos parte deles acabava sendo mascarado pela excelência das equipes nas disputas além das fronteiras. O River, por exemplo, contou com o período mais vitorioso de sua centenária história de 2014 para cá. Já o Boca Juniors, mesmo que aos trancos e barrancos, chegou à decisão de Libertadores em 2018 e nas semifinais de 2019 e 2020. Ainda teve o Defensa y Justicia, campeão da Sul-Americana em 2020, cujo vice foi o Lanús, também vice da Libertadores em 2017.


Só que, uma hora, as constantes mudanças nas fórmulas de disputa dos torneios nacionais acabariam cobrando seu preço, assim como a economia cada vez mais fraca. Esse último ponto, em especial, tem feito os clubes da Argentina perderem cada vez mais jogadores e treinadores a agremiações de países como Brasil, Chile, Equador, Peru, México e Estados Unidos - este último vem contratando jovens talentos para fortalecer a Major League Soccer (MLS), liga que é sucesso de público e renda.


Evidentemente que os cartolas não têm como entrar na Casa Rosada e exigir do presidente do país, Alberto Fernández, que mude o cenário econômico local, mas o fato é que os dirigentes poderiam ao menos fazer a parte deles, diminuindo a bagunça esportiva. Afinal, na última década, aconteceu de tudo por lá. O poder público injetou dinheiro nas transmissões de TV e depois tirou, os clubes criaram uma liga, que acabou dissolvida, copas surgiram e acabaram e houve um inchaço no número de times na elite.


Mas, ao contrário de outras opiniões que li ao longo da semana, em especial na imprensa portenha, não considero que o fracasso da temporada 2021 seja um sinal de que o futebol argentino passará por uma longa estiagem de títulos e o continente será dominado pelos clubes brasileiros por um longo período. Na América do Sul, em especial, os ciclos são mais curtos e nada impede que os péssimos resultados deste ano sejam o impulso para um ótimo desempenho em um ou dois anos.


Afinal, apenas nove meses atrás, eu comentava em A Tribuna sobre o baile que os times da Argentina estavam dando em cima das equipes do Brasil na Libertadores e na Sul-Americana de 2020, graças a diversos confrontos eliminatórios vencidos pelos nossos vizinhos. Pouco tempo depois, o fato é que o jogo virou. Contudo, ainda que fora das quatro linhas, a bola segue com os argentinos. E eles passam a ter uma escolha a fazer: lamentar os resultados negativos ou arregaçar as mangas para voltar ao protagonismo no continente.


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