O Santos vive uma temporada terrível. Eliminado de tudo, luta para não ser rebaixado no Campeonato Brasileiro. Entretanto, apesar das dificuldades, a recuperação pode começar na quinta-feira, no clássico diante do São Paulo.
O Santos vai a campo com alguns trunfos. O primeiro deles, por incrível que pareça, é a torcida tricolor, que reencontrará o time pela primeira vez desde o início da pandemia. Aborrecida com seguidos tropeços do São Paulo, e insatisfeita com nomes como Crespo, Tiago Volpi e Pablo, ela vai começar a jogar contra o time se as coisas demorarem a acontecer.
Outro ponto positivo para o Santos é Fábio Carille, rei dos clássicos nos tempos de Corinthians. Ainda que o pragmatismo (ou jogo feio, falando a verdade) seja a marca do trabalho dele, em jogos dessa magnitude ele costuma levar vantagem.
A indolência são-paulina também joga a favor do Santos. Uma coisa é jogar mal, como santistas e tantos outros times o fazem. Outra é o time “andar” em campo, como se fosse um catado de veteranos que não consegue correr e, assim, toca a bola de lado para evitar o cansaço. Foi assim contra a Chapecoense, é assim há pelo menos dez anos no Morumbi, salvo um momento ou outro.
A pressão sobre Hernán Crespo, que pode ser demitido em caso de derrota ou empate, é mais um ponto a favor do Santos. Depois de ganhar o Campeonato Paulista, o técnico não conseguiu mais fazer o São Paulo jogar e já tem o trabalho questionado pela diretoria, a verdadeira culpada pela crise.
O torcedor do Santos anda triste, e não é para menos. Contudo, por ora não dá para reclamar de falta de brio. O time deixa a desejar em muitos quesitos, só que não falta vontade. Do outro lado, além de qualidade, faltam vibração e entrega. Assim, jogando com inteligência e evitando erros bobos, que tantos pontos já custaram, o Santos pode ganhar o clássico.