Quem vai pagar o Pato?

Sondado por clubes brasileiros, atacante, que está na China, é um negócio de risco

Por: Régis Querino  -  19/02/19  -  23:37

Ele era tido como uma das joias de sua geração. Revelado pelo Internacional, bateu asas logo cedo do Brasil. Não tinha nem 18 anos quando foi vendido pelo time gaúcho ao Milan, por mais de 20 milhões de euros, em agosto de 2007, em uma das maiores transações do futebol brasileiro à época.


Tratado como novo craque do futebol nacional, o atacante Alexandre Pato era cotado para ser uma das futuras estrelas da Seleção Brasileira, que se despedia da geração de Ronaldo Fenômeno depois do fiasco na Copa da Alemanha, em 2006.


Após um início promissor no time italiano e alguns lampejos com a camisa canarinho, Pato sofreu com uma série de lesões e foi, aos poucos, perdendo o encanto. Tanto que, após cinco temporadas no Milan, retornou ao Brasil para defender o Corinthians.


O alvinegro da Capital desembolsou, em janeiro de 2013, R$ 40 milhões para trazer o atacante de volta ao País. Negociação que pode ser colocada, ao lado da compra de  Leandro Damião pelo Santos, no final daquele ano, por cerca de R$ 42 milhões, como os dois piores negócios feitos por clubes brasileiros em todos os tempos.


Vilão na eliminação corintiana na Copa do Brasil de 2013, para o Grêmio, quando perdeu um pênalti decisivo nas quartas de final da competição, Pato foi dar um tempo, por empréstimo, no rival São Paulo no ano seguinte. No Morumbi, onde ficou dois anos, teve um desempenho melhor, mas longe dos bons tempos em que era apontado como o novo menino de ouro do Brasil.


Após voltar ao Corinthians, em 2016, Pato teve uma passagem relâmpago pelo Chelsea. Foram apenas dois jogos em seis meses de empréstimo, quando deixou a Inglaterra ironizado pela mídia britânica.


Retomada na China


Depois da frustrante passagem pelo Chelsea, Pato foi vendido pelo Corinthians ao Villareal, da Espanha, em julho de 2016, por apenas R$ 11 milhões, pouco mais de um quarto do que o clube paulistano desembolsou para comprá-lo.


Não demorou seis meses para que Pato migrasse para o novo Eldorado do futebol, a China, em janeiro de 2017, vendido pelo time espanhol por cerca de R$ 60 milhões.


No Tianjin Quanjian, que mudou o nome para Tianjin Tianhai, após a descoberta de falcatruas de seu dono, o atacante voltou a balançar as redes com maior frequência. Um bom sinal, não fosse o fato do Campeonato Chinês não ser referência alguma em termos técnicos.


Agora, sondado por clubes brasileiros, como Santos, São Paulo e Palmeiras, Pato ensaia um novo voo de volta ao Brasil. Para isso, tenta se desvincular do vínculo que  tem com a equipe chinesa, até o final deste ano.


Jogador caro, que movimentou milhões no mercado, mas com mais baixos do que altos na carreira, Alexandre Pato é um negócio de risco. Já mostrou, em sua trajetória no futebol, nunca ter sido um jogador decisivo, daqueles que chama a responsabilidade para si.


Se, mesmo assim, ainda pode fazer a diferença em um futebol nivelado como o jogado no País, há que se fazer as contas do custo-benefício em ter o jogador em seu elenco. Se para o São Paulo e, principalmente ao Palmeiras, dinheiro não é problema, a máxima não vale para o Santos.


Escrito o enredo, quem se dispõe a pagar o Pato?


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