O torcedor será parceiro do Santos no sacrifício?

Santista precisa entender o momento difícil e apoiar independentemente de técnico e jogadores

Por: Heitor Ornelas  -  15/02/21  -  18:18
O Santos vai precisar se sacrificar em 2021 para ter condições melhores de gestão no futuro
O Santos vai precisar se sacrificar em 2021 para ter condições melhores de gestão no futuro   Foto: Ivan Storti/Santos FC

O Santos, até o momento da publicação deste texto, não havia definido o novo treinador. As negociações são muitas, mas, de concreto, nada. O principal entrave, claro, é a falta de dinheiro. Mesmo as opções mais baratas acabam ficando caras por causa da grave crise financeira vivida pelo clube.


Venha quem vier, o mais importante para 2021 será o apoio do torcedor. Mais do que nunca, o santista vai precisar ser paciente e compreensivo. Apesar de ter uma boa base, o time carece de reforços. Só que não há como ir ao mercado com tantas dívidas e processos de cobrança. Em entrevista para A Tribuna, o presidente Andres Rueda revelou que o Santos deve R$ 15 milhões a sete treinadores que passaram recentemente pelo clube. Um absurdo que exige solução, como tantos outros do gênero na Vila Belmiro.


Rueda e sua diretoria acertam ao priorizar o acerto de contas. Para isso, porém, será inevitável formar uma equipe barata, com um treinador provavelmente em início de carreira, que aceite ganhar pouco e trabalhe com reforços pontuais. Na atual temporada, aos trancos e barrancos, a fórmula quase virou sucesso absoluto com a campanha na Libertadores. A derrota na decisão foi um duro choque de realidade.


Apesar disso, não dá para viver no limite o tempo todo. Em condições normais, um time com tantos problemas tem mais chances de lutar contra o rebaixamento do que decidir a Libertadores. Botafogo, Vasco e Cruzeiro estão aí para não deixar dúvida. Talvez, a vantagem do Santos em relação a muitos dos concorrentes seja dispor de uma boa base e estar convencido de que não dá mais para inventar. Reconhecer o problema é o primeiro passo para resolvê-lo.


Para dificultar ainda mais, o Campeonato Paulista começa quatro dias depois do término do Brasileiro, por causa dos estragos que a pandemia provocou no calendário. Além disso, caso alcance a pré-Libertadores, o Santos já vai ter decisões a disputar logo em março. Muita coisa em pouco tempo.


Por tudo o que está desenhado, a caminhada promete ser dura. E quando ela começar, não adianta pressionar a diretoria ou ir para as redes sociais dizer que está tudo errado, que o Santos é grande e não pode ficar sem reforços. Pode e deve. Se bem feitos e bem calculados, sacrifícios agora podem abrir caminho para condições melhores em temporadas futuras. Medidas impensadas, tomadas sob pressão, vão aprofundar o buraco e cobrar o preço mais cedo ou mais tarde.


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