O Santos vai mal das pernas. Com um futebol apático, o time tem dificuldades para cumprir a missão mais elementar do futebol: marcar gols – foram apenas 6 em 7 partidas no Campeonato Paulista. Quase que como num passe de mágica, o presidente José Carlos Peres tira um (velho) coelho da cartola, Robinho.
Segundo revelou o Globoesporte.com, o dirigente entrou em contato com a advogada do jogador para saber se há possibilidade de tirá-lo do Istambul Basaksehir. E em um evidente movimento pró-retorno, o próprio Robinho declarou que aceita reduzir o salário e topa um novo parcelamento da dívida que o Santos ainda tem com ele.
Cartas na mesa, a pergunta que fica é: o Santos ainda precisa de Robinho?
Aos 36 anos, o atacante é um dos maiores jogadores da história santista. Não só pelo talento que apresentou em três passagens, mas também pelos títulos que ajudou a conquistar, especialmente o Brasileiro de 2002, um divisor de águas que reergueu o Santos depois de anos de sofrimento e desilusão. É principalmente por isso, e pelo bom futebol desenvolvido nas conquistas que vieram depois, que os torcedores favoráveis ao retorno torcem pelo desfecho positivo da negociação.
Porém, não dá para ignorar que o Santos virou uma espécie de refúgio de Robinho ao longo dos anos. Tudo começou na primeira saída dele, para o Real Madrid, em 2005. Para forçar a diretoria a negociá-lo, ele sumiu por um mês; em 2010, em baixa no Manchester City, mas com vontade de jogar a Copa do Mundo, ele conseguiu com que os ingleses o emprestassem ao Santos. Resultado: o grande futebol no time de Neymar e Ganso o garantiu no Mundial da África do Sul.
Em 2015, novamente emprestado, agora pelo Milan, Robinho teve saída mais tranquila do Santos. E desde então, pelo menos uma vez por ano o nome dele é comentado na Vila Belmiro.
Em momentos ruins como o atual, o retorno parece fazer mais sentido. Talvez, se o time tivesse mantido o ritmo do final do ano passado, o tema contasse com um número menor de entusiastas. A começar por Peres, que, ao assumir a presidência, em 2018, declarou que não pensava em repatriar Robinho por causa da condenação por estupro sofrida por ele na Itália. Curioso saber o que levou o dirigente a mudar de ideia.
Seja como for, Robinho é um ídolo eterno na história do Santos. Por isso, nada mais natural do que pensar em uma última passagem dele pelo clube, embora, a essa altura, seja querer demais que ele jogue o que jogou no passado. Contudo, não faltam razões para que a diretoria estude outras opções.