O Santos tem se virado como pode. Sem dinheiro e com muitas dívidas, o jeito é usar da melhor maneira possível o que há à disposição. E nesse processo, ninguém tem se destacado mais do que o goleiro João Paulo. Com defesas milagrosas jogo após jogo, ele ajuda o time a se manter nas copas e a ainda almejar algo de bom no Campeonato Brasileiro.
Entretanto, é preciso ler nas entrelinhas para entender o momento com profundidade. Se João Paulo tem salvado o Santos com frequência, é sinal de que a bola passa pela defesa mais do que deveria e o ataque não consegue segurar o jogo lá na frente. Ou seja, a linha divisória entre vitórias e derrotas anda tênue demais.
Não que isso seja uma excepcionalidade no esporte. Até pelo nivelamento do futebol brasileiro, no qual apenas Flamengo, Atlético-MG e Palmeiras sobressaem, a paridade de forças é a regra. Porém, cabe ao técnico Fernando Diniz analisar a questão e trabalhar para dar maior proteção ao goleiro santista.
Nessa missão de corrigir erros, Diniz pode começar reposicionando os zagueiros, que estão jogando muito adiantados. Na vitória por 2 a 1 sobre o Libertad, a expulsão de Kaiky e o consequente gol dos paraguaios evidenciou o problema. E contra o Fortaleza, João Paulo precisou dividir bolas com os atacantes para afastar o perigo. Não é por aí.
João Paulo vive um momento especial. Mas ainda não é um goleiro pronto. Ele precisa melhorar a saída do gol para cortar cruzamentos, por exemplo. Volta e meia ele sai em falso e deixa a torcida com o coração saindo pela boca. Ainda assim, não fosse o goleiro o Santos já teria caído fora da Copa Sul-Americana e estaria ainda mais atrás na classificação do Campeonato Brasileiro.
E João Paulo merece ainda mais crédito por estar fazendo grandes partidas no momento em que a mãe trata de um câncer. A cabeça dele, em muitas ocasiões, deve andar a mil. E se ainda assim o jogador encontra forças para jogar o que tem jogado, é porque se trata de um grande profissional.