Espanha chega como favorita à final olímpica do futebol contra o Brasil

Na briga pelo ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio, a seleção da Espanha tem mais potencial que o Brasil

Por: Bruno Rios  -  06/08/21  -  14:10
 Seleção espanhola conta com seis atletas que estiveram na última Eurocopa
Seleção espanhola conta com seis atletas que estiveram na última Eurocopa   Foto: Divulgação

A Espanha chega como favorita à decisão do torneio masculino de futebol dos Jogos Olímpicos de Tóquio, neste sábado (7), contra o Brasil. Com metade do time titular formado por atletas que levaram o país às semifinais da última Eurocopa, o time treinado por Luís de la Fuente possui algumas virtudes que, se não forem anuladas pelos brasileiros na grande final, prometem dar trabalho a Daniel Alves, Richarlison, Antony e companhia.


Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal e dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


Um dos pontos fortes espanhóis é o sexteto de peso levado ao Japão. Enquanto, por aqui, a CBF ouvia um não atrás do outro dos clubes e a seleção canarinho ficou sem nomes como Neymar, Pedro, Weverton, Vinicius Júnior e Rodrygo, a Espanha conta com o goleiro Unai Simón, os zagueiros Pau Torres e Eric García, o meia Pedri e os atacantes Mikel Oyarzabal e Dani Olmo.


Todos eles embarcaram para Tóquio assim que acabou a Eurocopa. Além disso, o atacante Asensio foi liberado pelo Real Madrid e se uniu ao grupo que mira a segunda medalha de ouro no futebol - a outra foi obtida em Barcelona, em 1992.


Olhando de maneira fria para os números, a campanha da Espanha não é tão animadora. São três vitórias e dois empates. O time quase caiu contra a Costa do Marfim nas quartas de final e as duas partidas do mata-mata foram para a prorrogação, o que fará os atletas chegarem cansados à decisão. Mas o potencial que os espanhóis possuem me impressiona e pode distanciar o Brasil da chance de repetir o ouro obtido no Rio de Janeiro em 2016.


A tendência é de que nossos rivais fiquem por mais tempo com a bola no pé, pois isso faz parte da essência do jogo local, num modelo que se mantém firme há mais de uma década e levou o país a conquistas nunca antes alcançadas, como a Copa do Mundo de 2010. Para o Brasil, ironicamente, isso pode ser uma vantagem, pois o selecionado treinado por André Jardine sofre para criar oportunidades de gol e furar as retrancas dos adversários - a produção ofensiva insana contra a Alemanha, na estreia, foi uma exceção.


Só que a defesa brasileira precisará ficar de olho no atacante Rafa Mir. O camisa 9 pertence ao Wolverhampton, da Inglaterra, e não sabe sequer onde jogará na próxima temporada do futebol europeu, pois não conseguiu engrenar até aqui na carreira. Porém, no Japão, o atleta tem feito seu nome.


Ele pouco atuou na fase de classificação, mas nas quartas de final, contra a Costa do Marfim, protagonizou uma apresentação de gala após sair do banco de reservas, balançando as redes três vezes. Na semifinal, contra o Japão, voltou a passar em branco, mas se estiver inspirado na decisão, será difícil pará-lo.


Ser favorita não torna a Espanha campeã de véspera, mas exige uma postura totalmente focada do Brasil em campo. Acima de tudo, espero que a final do torneio olímpico masculino de futebol tenha um nível técnico mais elevado que a maioria dos jogos até aqui. As duas seleções mais capazes de cumprir isso foram as que se classificaram. Que role a bola em Yokohama!


Tudo sobre:
Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
Ver mais deste colunista
Logo A Tribuna
Newsletter