Diniz é aposta de risco do Santos

Novo treinador do Peixe foi anunciado nesta segunda-feira (11)

Por: Heitor Ornelas  -  10/05/21  -  16:48
 O que a torcida do Santos pode esperar de seu novo treinador?
O que a torcida do Santos pode esperar de seu novo treinador?   Foto: Ivan Storti/Santos FC

Fernando Diniz chega ao Santos dizendo ter aprendido com os erros cometidos no São Paulo. Ele não especificou quais seriam os erros, mas o episódio lamentável com Tchê Tchê, na derrota por 4 a 2 para o Red Bull Bragantino, logo vem à mente.


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Até pela repercussão que o incidente ganhou, é difícil imaginar Diniz tomando atitude semelhante àquela com um jogador mais uma vez – pelo menos na beira do campo. Entretanto, os questionamentos ao trabalho do treinador vão além.


Para começar, Diniz vai insistir na arriscada saída com goleiro e zagueiros em um time cuja maioria dos jogadores não demonstra ter capacidade para executá-la? Vai levar em conta que o time vive uma fase ruim e que, antes de pensar em títulos, precisa recuperar a confiança? E a defesa, vai ficar exposta, deixando os atacantes adversários livres à frente do goleiro, como acontecia com frequência no São Paulo?


Fernando Diniz tem méritos. No próprio São Paulo, chegou a viver bons momentos. Contudo, sua dificuldade em entender que o conteúdo é mais importante do que a forma foi responsável por alguns dos piores vexames da história são-paulina, como as derrotas por 5 a 1 para o Internacional e por 3 a 2 para o Mirassol, ambas no Morumbi. Sem contar a perda do título brasileiro.


No Santos, o treinador vai encontrar um elenco promissor. Jogadores como Gabriel Pirani, Ângelo e Marcos Leonardo têm a ganhar com ele, cuja capacidade de ajudar na formação dos atletas é uma das virtudes. Mas será que ele vai entender que submeter Alison, Pará e João Paulo a uma excessiva troca de passes dentro da área pode ser um fiasco? E que o zagueiro Kaiky precisa se aperfeiçoar como marcador, e não armador?


Não se trata de cravar que Fernando Diniz vai fracassar no Santos. O futebol é imprevisível e não cansa de apresentar surpresas – o Santos é um prato cheio, vide o título brasileiro de 2002 e a geração Neymar, que começou logo após duas temporadas melancólicas. Contudo, uma análise levando em conta o momento do clube e do treinador gera mais interrogações do que exclamações.


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