A Copa América nunca foi grande coisa. Mas, por reunir alguns dos principais nomes da atualidade, como Messi, Suárez e Cavani, a competição tem lá seu charme. Entretanto, a edição em andamento pode ser considerada uma das piores da história. Nada parece funcionar. A começar pelos gramados dos estádios, tão impraticáveis que até Messi, que raramente reclama do que quer que seja, fez críticas ao que encontrou por mais de uma vez.
E não estamos falando sobre o estado do gramado da Caneleira ou de Ulrico Mursa. Arena do Grêmio, Fonte Nova e até o Maracanã apresentam condições abaixo da crítica. E não adianta vir com essa história de que as dificuldades são para todos. Se queremos futebol de alto nível, o mínimo que os cartolas devem oferecer é um piso no qual a bola não aparente ter vida própria.
Gramados à parte, a excessiva cautela por parte dos treinadores é outro ponto negativo. Todo mundo joga com medo, parece o Campeonato Brasileiro. Não por acaso, três dos quatro jogos das quartas de final terminaram 0 a 0. A situação é tão contraditória que acaba, de certa forma, absolvendo o futebol apenas intermediário da Seleção Brasileira, que ao menos passa os 90 minutos em busca do gol.
A baixa presença de público é outra adversidade a arranhar a imagem da Copa América. Teve jogo com 2 mil pagantes. Dois mil!! A torcida só resolveu comparecer em maior número nas partidas das quartas de final. Também, não é para menos. Com ingressos que chegam a custar R$ 600, quem se arrisca? Nem aqueles que têm dinheiro sobrando.
Os problemas da Copa América são parecidos com aqueles verificados na Copa do Mundo e na Olimpíada realizadas no Brasil. A infraestrutura precária e a própria falta de clima para festa no País, em função dos graves problemas sociais e econômicos, mostram que precisamos evoluir muito, em todos os sentidos, antes de pensar em receber eventos esportivos de grande porte.