O Caçador de Pipas

Quando li o livro “Caçador de Pipas”, os Estados Unidos já haviam invadido o Afeganistão

Por: Renê de Moura  -  17/08/21  -  13:28
  Tropas do Taleban tomaram conta do país
Tropas do Taleban tomaram conta do país   Foto: Estadão Conteúdo/AP

Quando li o premiadíssimo “Caçador de Pipas”, os EUA já haviam invadido o Afeganistão e o pau já estava comendo solto.


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Naquela época - acho que 2005 - foi difícil entender a narrativa sobre um lugar bom para se viver, com personagens descrevendo cenários com muito verde e qualidade de vida, tendo em vista que formei minha opinião sobre aquele país por imagens da invasão americana, na TV. Na minha cabeça só vinham guerra, chacinas, terra seca e fanatismo.


E continuo não conseguindo imaginar. Os EUA e alguns aliados ficaram por ali 20 anos e colocaram 1 trilhão de dólares naquele lugar. Quando saiam, mesmo antes de apagarem as luzes, os extremistas já haviam invadido a capital, com a promessa de degola para qualquer ser que não siga suas regras.


Hoje, vendo imagens de pessoas se pendurando em aviões, desesperadas na ânsia de deixar aquele país por medo de perder a vida pelas mãos do Talibã, me pergunto se realmente precisamos morrer para ir para o inferno. Não, cara. O inferno é aqui. Nesse planeta.


Não é possível que governos invistam em missões para entender o solo de Marte se mal conseguem resolver problemas de um pequeno país embaixo de seus bigodes.


O Talibã - li isso há pouco - quadruplicou seu patrimônio, durante esse período. Sabe como? Com ópio. Sim. O cara que consome ópio ajudou o Talibã a voltar para matar mulheres que não se sujeitam a insignificância, homens que não se ajoelham perante a eles e crianças por qualquer que seja o motivo.


Na mesma matéria, um outro assunto também me chamou a atenção: o governo afegão, foi considerado um câncer na tentativa de reorganização de seu próprio país, por conta de corrupção. Roubaram tudo o que podiam.


Que Deus, Alá ou quem quer que tenha essa força, atenue a dor daqueles que estão sofrendo naquele fim de mundo, enquanto o resto do mundo assistirá pelos canais de TV a esse genocídio, no intervalo entre uma matéria que mostra um bilionários dando a volta no espaço e outra que fala sobre a briga fútil para mostrar quem tem mais força entre os poderes executivo, legislativo e judiciário de alguma república de bananas.


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