Porsche Cayenne E-Hybrid: luxo, conforto e... economia de combustível
Como o próprio nome sugere, o carro é movido a motor por combustão e elétrico
“Esse é Patrão!”, “Esse está montado no dinheiro!”, “Nunca vimos um Porsche aqui na cidade”, “Moço, quanto custa esse carro?”. Pois é, os carros da marca alemã Porsche causam essas reações por onde passam, tanto por conta do luxo, pelo design arrojado e atraente; e pela imponência. As frases foram ouvidas enquanto eu testava um Cayenne E-Hybrid na pequena Cunha, no Vale do Paraíba (SP), que, curiosamente, é conhecida como a “Capital Nacional do Fusca”, icônico carro fabricado por outra marca alemã.
Foi justamente o contraste entre o SUV híbrido da Porsche e os fuscas que chamou a atenção dos moradores da pacata cidade, que paravam para ver o carro mais de perto e até fotografá-lo. Flagramos também jovens fazendo selfies ao lado do carrão esportivo, enquanto, ao fundo, cavalos puxando charretes com seus donos utilizando chapéus de palha reforçavam ainda mais o contraste.
Na estrada, muitos ocupantes de carros emparelhavam com o Cayenne para observá-lo mais de perto e, também, discretamente, tirar algumas fotos com seus smartphones.
Como o próprio nome sugere, o Cayenne E-Hybrid é movido a motor a combustão e elétrico. Apesar de seu peso (2.295 quilos) e tamanho (4,92 metros), achei o SUV econômico. Na rota que fiz, saindo de São Paulo e passando por Ubatuba (SP), Paraty (RJ), Cunha (SP) e retornando a São Paulo, só realizei o abastecimento do tanque de 75 litros na chegada a capital.
A economia se deu, no entanto, mediante a um conjunto de fatores, como a condução na estrada a menos de 100km/h (algo praticamente impossível diante de um Porsche), uso híbrido do sistema elétrico e combustão; e realizando a regeneração da bateria nas descidas e frenagens.
Motorização
O Porsche Cayenne E-Hybrid tem motor V6 de três litros (250 kW / 340 cv), que foi combinado com um motor elétrico (100 kW / 136 cv) para gerar 340 kW (462 cv) de potência. O torque máximo, de 700 Nm, é disponibilizado logo acima da rotação de marcha lenta.
A propulsão híbrida plug-in do Cayenne permite a aceleração de 0 a 100 km/h em 5,0 segundos e uma velocidade máxima de 253 km/h. O SUV pode percorrer uma distância de 44 quilômetros e alcançar velocidade de 135 km/h usando apenas eletricidade.
A Porsche diz ter melhorado o desempenho do motor a combustão em 5 kW (7 cv) em relação ao do seu antecessor, atingindo 250 kW (340 cv). A a performance do motor elétrico agora está mais de 43% maior, com 100 kW (136 cv). Combinados, os dois geram uma potência total de 340 kW (462 cv).
A tecnologia Sport Response (resposta esportiva) derivada do supercarro 918 Spyder, é um novo acréscimo. Ela permite que o motor elétrico possa ser usado em todos os modos do pacote Sport Chrono de série para um ganho adicional na performance. Isso quer dizer que o máximo torque do sistema está disponível assim que o pedal do acelerador é acionado.
Dependendo da situação de condução e da necessidade de desempenho, o motorista continua a usufruir do torque adicional ao longo de toda a faixa de rotações. Isso leva a uma experiência de direção mais ágil e superior.
A capacidade da bateria foi significativamente melhorada no Cayenne E-Hybrid, juntamente com a autonomia com eletricidade e as reservas para impulsão: em comparação com o modelo anterior, a capacidade aumentou de 10,8 para 14,1 kWh. Isso equivale a um aumento de aproximadamente 30 por cento.
Luxo e conforto
Com 2,90m de entre eixos, o Porsche Cayenne E-hybrid e bastante espaçoso, tanto para quem viaja nos bancos da frente, quando nos traseiros. O fino acabamento de seu interior é peculiar da marca, que não economiza em materiais de excelente qualidade.
Os passageiros do banco de trás viajam confortavelmente nos bancos em couro e são agraciados com saída de ar condicionado, porta-objetos e entrada de cabo USB. E ainda pode apreciar a paisagem por meio de seu enorme teto solar, um dos maiores que já vi.
O painel de comandos do Cayenne faz lembrar uma cabine de avião, devido à quantidade de luzes e botões. A tela multimidia agrega uma série de opções, como rádio, GPS integrado, telefone, comando de voz, controle de altura do chassi, entre outros. Ainda no painel é possível fazer a opção em rodar apenas no motor a combustão ou na bateria. Ou simplesmente deixar no automático.
Outro quesito interessante e já presente em alguns carros que chegaram ao Brasil recentemente é a reprodução do GPS ao lado do velocímetro. Desta forma, o condutor não precisa desviar a atenção para o console central para se guiar pelo GPS.
Outra opção bem bacana do carro é que é possível escolher o modo de dirigir: e-power (para rodar apenas no modo elétrico), hybrid (elétrico + combustão), sport (que torna o motor mais esperto), sport plus e individual (que permite a troca de marchas de forma manual). Também é possível escolher qual tipo de terreno o carro vai encarar: cascalho, areia, lama, off-road e pedra.
O "esportivão" tem tração 4x4 e câmbio de oito velocidades, atinge até 253km/h e faz de 0 a 100km/h em apenas 4,9 segundos. O porta-malas tem capacidade de 645 litros, mas, com os bancos rebatidos, pode chegar a 1.607 litros.
No quesito segurança, ele não deixa a desejar. São nada menos que oito airbags, sendo dianteiros, para joelhos (motorista e passageiro), laterais dianteiros e cortinas. O SUV sai a partir de R$ 561 mil.
