Pré-candidato à presidência da república, questionado pela esquerda, direita e pelo seu próprio partido, o PSDB, João Doria tomou uma decisão esta semana que podemos considerar como inevitável: desistiu de concorrer, mesmo antes de começar o período eleitoral.
Eleito como governador do maior e mais importante estado brasileiro em 2018, por uma pequena margem de votos, não deixou dúvida nenhuma durante todo seu mandato de que seu objetivo sempre foi o governo federal.
Naquela época, tomou impulso com o famoso título de “Bolsodoria” para, logo em seguida, tornar-se inimigo de Jair Bolsonaro, numa clara demonstração de que havia usado da aliança apenas como elemento para vencer a disputa com Márcio França.
Agora desistiu, depois de apresentar números insignificantes nas recentes pesquisas, mesmo com o enorme esforço de mídia que fez durante todo o período de pandemia. Foi mal avaliado e pouco lembrado, chegando a apenas 1% das intenções de voto.
Desgastado e sem apoio sequer de sua legenda, restou-lhe uma declaração pública final, cheia de vitimismo e metáforas. Declarou-se vítima e traído.
Talvez, da mesma forma que Geraldo Alckmin e Márcio França, anos atrás, quando ele não cumpriu o que havia combinado com ambos.
Pau que bate em Chico, bate em Francisco.