Façam suas apostas

Aparentemente, é um grupo até fácil. Mas, não é, pelo contrário. Trata-se de uma chave, no mínimo, traiçoeira ou perigosa. Até a seleção de Camarões tem que ser observada com muito cuidado. Há muito tempo que os africanos deixaram de ser ingênuos ou infantis, preocupados apenas em atacar e buscar a vitória a qualquer preço.

O grupo do Brasil na Copa do Mundo do Catar, sorteado na sexta-feira, tem Sérvia, Suíça e Camarões. Com certeza, por seu nível técnico e pela boa campanha nas eliminatórias do Cone Sul, a Seleção Brasileira tem capacidade para passar a fase de grupos, até em primeiro lugar. Terá, porém, que descartar o favoritismo e jogar um futebol moderno, coletivo e convincente. E alguns, como Neymar, justificarem a condição de astro.

Felizmente, a partir da escalação de jovens jogadores, como Antony, Raphinha e Vinicius Júnior, o Brasil se reergueu e, além de um futebol consistente, demonstrou poder de vitória. Até causou entusiasmo e um pouco mais de otimismo, mesmo descontando a fragilidade de alguns de nossos adversários nas eliminatórias.

Com certeza, o Brasil chegará ao Catar como um dos candidatos ao título no caso, o sonhado hexacampeonato. Vale lembrar que a Seleção desembarcou em outras Copas como favorita máxima e terminou eliminada. A dor maior, sem dúvida, foi em 1982, contra a Itália, no Estádio Sarriá, em Barcelona, demolido há alguns anos. Teve também o 7 a 1 contra a Alemanha, em pleno Mineirão, e ainda o 2 a 1 para a Bélgica, na Rússia.

Faz parte, é verdade, pois nem sempre ganha o melhor. O maior exemplo foi em 1974, quando a Holanda encantou o mundo e não conquistou o título. Por isso, todo cuidado é pouco, desde o início, ainda que a fase de grupos, com três jogos, permita recuperação. O primeiro adversário será a Sérvia, no dia 24 de novembro, no Lusail Stadium, uma quinta-feira, às 16 horas.

A Sérvia conquistou sua vaga com autoridade, como líder do Grupo A, das Eliminatórias europeias, empurrando Portugal, de Cristiano Ronaldo, para a repescagem contra a Macedônia. Nos confrontos, conseguiu seis vitórias e dois empates invicta, portanto. Seu principal jogador, habilidoso e criativo, é Dusan Tadic, meia-atacante do Ajax, da Holanda. Já participou de 12 edições da Copa do Mundo, nove como Iugoslávia, uma como Sérvia e Montenegro e duas como Sérvia. Em 2014 e 2018, não passou da fase de grupos.

A Suíça também terminou as Eliminatórias em 1o lugar, no Grupo C, e empurrou a Itália, última campeã europeia, para a repescagem. Aliás, nessa competição continental, os alpinos eliminaram a França, uma das favoritas na Copa do Catar. Por fim, Camarões: também concluiu sua campanha nas Eliminatórias africanas como líder, numa acirrada disputa com a Costa do Marfim e, depois, com a Argélia. Já disputou sete edições, com um futebol alegre e ofensivo. Como será o último adversário do Brasil na fase inicial, poderá ser decisiva.

Em síntese, pelo nível técnico de alguns jogadores, o Brasil deverá se classificar para as oitavas de final.

No sorteio de sexta-feira, ao contrário de outras Copas, a priori, não se formou nenhum grupo da morte, como sempre se considera aquele que é mais difícil. Só o Grupo E desperta mais atenção, por reunir Espanha, Alemanha e Japão e, ainda, Nova Zelândia ou Costa Rica, que se enfrentarão numa repescagem.

A realidade é que no futebol não há mais bobo. Salvo o chamado segundo escalão, vários são os candidatos ao título, como o próprio Brasil, Alemanha, Inglaterra, Argentina de Messi e, principalmente, a França. Tem tudo para ser uma copa incrível, mesmo fora de época.

Façam suas apostas!

Em tempo: “pra não dizer que não falei das flores”, título da famosa música de Geraldo Vandré, sem muito alarde, o Conselho Deliberativo do Santos se reunirá amanhã, em caráter extraordinário. Na pauta, chama a atenção o item 3: “assuntos de interesse do clube”. Com certeza, o foco será o atual nível técnico do time e as ameaças no próximo Campeonato Brasileiro.

Sem dúvida, boa notícia. Já era tempo do Conselho Deliberativo exigir explicações da diretoria. Consta que, inicialmente, apesar da queda das principais medidas sanitárias, o presidente Celso Jatene tentou emplacar a reunião de forma virtual, o que sempre esvazia a participação e evita o confronto direto. A reação de alguns cardeais/conselheiros, porém, foi forte e ao dirigente só restou se render.