E renasce a fênix

Os méritos, sem dúvida, têm que ser divididos entre elenco e técnico

Por: Marcio Calves  -  08/06/22  -  14:25
O comandante argentino implantou sua filosofia de jogo, baseada em forte marcação e velocidade
O comandante argentino implantou sua filosofia de jogo, baseada em forte marcação e velocidade   Foto: Divulgação/Santos FC

O Santos é realmente surpreendente. O pessimismo que precedeu o início da competição nacional, decorrente principalmente da péssima campanha no Paulistão e da troca de treinadores, transformou-se em otimismo. A radical mudança de sentimentos tem por base os resultados, alguns até inesperados, como a vitória sobre o Universidad Católica de Quito comum time reserva e gol de Rwan, que sequer vinha sendo aproveitado no time profissional.


Clique, assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe centenas de benefícios!


Junte-se a isso as seis vitórias seguidas na Vila Belmiro e um início de destaque no Campeonato Brasileiro. Na Copa Sul-americana, a classificação para a próxima fase só depende do próprio time, que terá dois jogos em Santos. E na Copa do Brasil, a vaga para as oitavas foi conquistada com a grande vitória sobre o Coritiba, por 3 a 0, na melhor apresentação sobre o comando de Fabián Bustos. Aliás, o treinador acompanhou a partida dos camarotes, cumprindo suspensão automática.


Os méritos, sem dúvida, têm que ser divididos entre elenco e técnico. Aos poucos, sem se perturbar com os primeiros resultados e até fracas apresentações, o comandante argentino implantou sua filosofia de jogo, baseada em forte marcação e velocidade a partir da posse de bola. Essa postura deu equilíbrio aos três setores e permitiu que alguns jogadores confirmassem a boa fase.


Além do goleiro João Paulo, que já merecia pelo menos uma chance na Seleção Brasileira; Eduardo Bauermann e Lucas Pires, na defesa; Rodrigo Fernandes, no meio-campo; e Marcos Leonardo no ataque têm sido fundamentais. E mais: têm demonstrado grande potencial técnico, aumentando ainda mais a esperança de que o time, nas três competições, não seja apenas um coadjuvante, com prazo de validade curto.


Taticamente, o trabalho dos alas Madson e Lucas Pires também tem que ser destacado e isso ficou muito claro na grande vitória sobre o Coritiba. E ainda há jogadores como Ângelo e Gabriel Pirani, ambos apontam para um grande futuro como atleta profissional.


Esse quadro tem permitido também uma boa conexão com os torcedores, a ponto de finalmente a Vila Belmiro estar registrando grandes públicos, como na quinta-feira, com mais de 13 mil pessoas.


Aliás, o estádio poderá ser um forte aliado nas campanhas, os números comprovam isso. Rodolfo Rodríguez, que construiu uma linda história no Santos, disse certa vez que o Estádio Urbano Caldeira intimida e os adversários têm a impressão de que estão entrando em casa alheia, cujo dono é severo e impiedoso.


O torcedor, é óbvio, sonha alto nas três competições. No mínimo, quer uma vaga na Libertadores de 2023, que pode vir por meio de qualquer um dos torneios. As competições eliminatórias, a partir de agora, serão ainda mais difíceis. Na Copa do Brasil, por exemplo, apesar de duas vagas ainda estarem em disputa, serão 14 integrantes da Série A e dois da B, Grêmio e Cruzeiro, que já foram campeões e têm grande tradição.


Em síntese, o Santos ressurgiu mais uma vez, confirmando a frase de um grande executivo, de que esse time é quase um milagre. Vai periodicamente do inferno ao céu e ressurge das cinzas, como fênix.


Segundo a mitologia grega, fênix é um pássaro que quando morre pega fogo até virar pó. E renasce das próprias cinzas. Simboliza os ciclos da vida.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
Ver mais deste colunista
Logo A Tribuna
Newsletter