Quando falamos em sexualidade humana é corrente o discurso de que, para as mulheres, mil fantasias emperram ou influenciam essa experiência. Já para os homens, a coisa funciona de uma maneira natural, na base do usou, lavou, está novo.
Mas as coisas não estão sendo assim fáceis para a sexualidade masculina, haja vista a procura de homens por terapia sexual, fato que aumentou muito nos últimos anos, e que, diga-se de passagem, é um sinal positivo e não problema à vista como se pode imaginar.
E a boa notícia é que a maioria das disfunções sexuais masculinas são fáceis de sanar.
Mas a que mais aterroriza é a tal da disfunção erétil, que tem poucas causas físicas e inúmeras emocionais e psicológicas. Todas são passíveis de tratamento e que outrora era chamada de impotência. Resolvi falar disso pois a impotência para o homem é uma causa de disfunção erétil. Ela passa longe da vida sexual e está mais ligada a uma postura diante da vida. Como se o peso dos problemas ou das situações a serem enfrentadas é maior do que se possa carregar. Como se tivesse uma pedra pesando nos ombros e levando “ele” para baixo , impedindo de subir. Captaram a mensagem?
Daí que chamar a disfunção erétil de impotência traduz algo que vai muito além do sexo.
Uma das causas dessa confusão entre impotência generalizada e disfunção sexual masculina, que hoje está mais comum do que sempre, é que o papel do homem está em transformação radical na família e na sociedade. Daí hoje falamos em masculinidades no plural.
Os vários papéis hoje surgiram como possibilidade na vida dos homens e isso não tem nada a ver com ser homem de verdade. Mas, sim, como uma expansão desse papel e que também inclui, hoje, as muitas possibilidades emocionais. Sim, homens podem chorar.
Essa crise da masculina contemporânea rechaça a masculinidade rude e tóxica, e isso faz comq ue os homens se reconheçam fora do modelo tradicional. Essa estranheza é, na verdade, uma evolução e pode sim, em alguns momentos, provocar conflitos que serão percebidos na sexualidade.