Dia dos Namorados: Quem não se permite namorar não merece comemorar

Quero escrever hoje para jovens que namoram casados há muito tempo, e até para quem não tem namorado (a)

Por: Marcia Atik  -  11/06/21  -  09:30
 Nada mais desnecessário do que esse dia comemorativo
Nada mais desnecessário do que esse dia comemorativo   Foto: Reprodução/Unsplash

Assim como nos preparamos e comemoramos os dias importantes do calendário (Mães, Pais, Crianças), essa semana teremos overdose de Dia dos Namorados.


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Nada mais desnecessário do que esse dia comemorativo. Não creio que seja falta de romantismo ou dor de cotovelo, nem que não valorize os amores, mas creio firmemente que, nesse aspecto em particular, quem não se permite namorar todos os dias do ano não merece comemorar o Dia dos Namorados.


Por isso, quero escrever hoje para jovens que namoram casados há muito tempo, e até para quem não tem namorado, sobre o namorar. Tenho debatido muito, seja em palestras ou no consultório, a necessidade de se resgatar o namoro, aquele em que se usava o tempo para conhecer o outro e fazer ajustes na relação, avaliar o caráter, reconhecer as qualidades e os defeitos de um e do outro, para que após se opte pelo casamento ou não.


É comum falar que os casamentos de hoje estão fluidos desinteressantes, invadidos pela rotina. Um grande engano, pois na verdade a rotina já se instalou no namoro.


Agora, depois do desabafo, podemos ir brincando com aquilo que realmente interessa num namoro: a alegria do encontro cada vez mais esvaziada, pois saudade não se sente mais. Os celulares nos dão a localização e as informações do outro durante 24 horas, e quando o encontro acontece, é apenas a continuidade daquilo que já se sabe.


Estou falando também do desejo tão escasso nos relacionamentos de hoje em dia, mão na mão, boca na boca, vivencias sensoriais que preenchem e recheiam qualquer relação. Namorar a natureza, a vida e a si mesmo, só quem tem essas capacidades é capaz de namorar na verdadeira acepção da palavra.


A responsabilidade do bom namoro não é com o outro, mas consigo. Nesse momento em que as emoções são fugazes, perder a chance de namorar, olhar, cheirar, beijar e tocar, sentir o outro, de uma maneira que vá muito além das palavras e das formalidades, é igual rasgar dinheiro, perder um tesouro.


Entre a razão e a sensibilidade, tempo de namorar deveria ser apenas tempo de sensibilizar, beijar e acariciar. E depois... bem, o que vier depois é consequência.


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