Mais pontes, menos muros
É natural que cada deputado foque seu mandato em ações em sua região de origem, área que ele conhece melhor
A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) possui 94 integrantes. É natural que cada deputado foque seu mandato em ações relacionadas à sua região de origem, que, afinal, é a área que ele conhece com maior profundidade. Não sou diferente – fui eleito majoritariamente com votos da Baixada Santista e, por ser um representante local, tenho uma atuação voltada para a resolução de dificuldades no litoral.
É algo legítimo. Mas, na acepção da palavra, sou um parlamentar paulista – isto é, trabalho para todo o Estado de São Paulo. Trago comigo desde o início da minha vida pública, como vereador em Santos, um sentido de pertencimento ao todo. Eu poderia me ater a um nicho específico: a educação, por exemplo, já que sou professor. Mas, pessoalmente, eu nunca conseguiria fechar os olhos para os problemas existentes em outros setores. Como dormir com a consciência tranquila assim?
Por isso, ainda na vereança, não foram poucas as vezes em que recorri a deputados federais e estaduais atrás de investimentos para a cidade. Posso dizer que tive o privilégio de contar com a compreensão de vários desses parlamentares, pois foram diversas emendas destinadas ao município obtidas com tais contatos.
Talvez vocês não tenham ideia da quantidade de prefeitos, vereadores, secretários municipais que procuram nosso gabinete, na Alesp, objetivando melhorias em suas localidades. São muitos.
Esta semana, por exemplo, estive com dois vereadores do meu partido (Eduardo Gomes e Carlos Torres) de Borborema. Eles fizeram questão de vir agradecer a liberação de emendas que destinei à cidade, recursos que possibilitaram a instalação de uma usina de oxigênio no Hospital São Sebastião, a compra de dois ônibus escolares, um respirador hospitalar e uma nova ciclovia, entre outros.
São ações que fortalecem a ideia de coletividade, algo indispensável na atividade parlamentar. Assim como esses dois vereadores, lá atrás eu já precisei da ajuda de agentes públicos de outra região para obter investimentos para minha cidade. Afinal, ninguém faz nada sozinho.
