O que está em xeque é a ordem e a paz mundial

O que o mundo está assistindo perplexo acontecer é ainda mais grave do que parece

Por: Júnior Bozzella  -  28/02/22  -  12:20
Cenário de tensão entre a Rússia e a Ucrânia é de um verdadeiro barril de pólvora
Cenário de tensão entre a Rússia e a Ucrânia é de um verdadeiro barril de pólvora   Foto: Unsplash

Nesta última semana um assunto tomou conta do noticiário de todo o país, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Não sou nenhum especialista em guerras ou conflitos bélicos, mas não dá para ficar indiferente às mortes, ao bombardeio, à opressão dos mais fortes sobre os mais fracos e ao cerceamento do direito de existir de uma nação. Tempos sombrios alimentados pela ganância, pela obsessão pelo poder e extremismo.


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O que o mundo está assistindo perplexo acontecer é ainda mais grave do que parece. Estamos vendo o presidente russo Vladimir Putin tentar, imotivadamente, impor o domínio russo à nação ucraniana passando por cima das leis internacionais e, mais do que isso, ameaçando os demais países do globo, a ordem e a paz mundial.


A Rússia é uma das principais potências nucleares do mundo. O movimento de colocar o seu arsenal nuclear em estado de alerta mostrou o perigo que uma mente perturbada e egocêntrica à frente de um país representa para uma nação e para o mundo. Putin não está blefando, porque ele se enxerga acima do bem e do mal, ele nitidamente não está preocupado com a vida dos civis inocentes ucranianos e nem dos soldados russos, porque a única coisa que um radical extremista como ele enxerga é o desejo de poder.


O cenário de tensão entre a Rússia e a Ucrânia é de um verdadeiro barril de pólvora onde qualquer fagulha pode gerar uma explosão de proporções inimagináveis. A postura da ONU, do G20, da OTAN e demais entidades mundiais não é de medo da Rússia e sim de inteligência e cautela. Se as demais nações decidirem responder à altura das ameaças de Putin estaremos deflagrando aí a terceira guerra mundial. É isso que o mundo quer? Não! Mas talvez seja o que Putin quer... As principais nações ao redor do globo ainda vivem o flagelo social e econômico causado por dois anos de pandemia. Quantos países sobreviveriam a uma guerra nesse momento? Não foi à toa que até agora os EUA não deram a resposta que a Rússia parece esperar ansiosamente a cada provocação. Alimentar uma guerra é um caminho sem volta. Quem ameaça entrar deve estar preparado para ir até o fim sob o risco de cair em descrédito mundial.


Aqui no Brasil, o presidente Bolsonaro decidiu não fazer manifestação pública diante dos acontecimentos, preferiu ignorar que a Rússia estava deliberadamente atacando um país vizinho, e deixou nas entrelinhas o seu apoio à tirania. Ironicamente, ao contrário do que se espera do líder de uma nação, no Brasil os brasileiros seguem preferindo que o Bolsonaro siga assim calado, temendo alguma manifestação descabida da sua parte. Pesquisa realizada pela agenda MAP mostrou que é quase unanimidade o temor e apreensão que o povo brasileiro tem a qualquer manifestação do presidente Jair Bolsonaro em relação à guerra entre Rússia e Ucrânia. Os números mostram que a opinião pública tem pedido que Bolsonaro não se manifeste sobre o conflito, não tome partido do presidente da Rússia, Vladimir Putin, e tampouco envolva o Brasil na guerra. Bolsonaro é uma mente tão perturbada quanto a de Putin, só que goza de menos inteligência e, felizmente, de menos poder. Para alguém como ele, conflitos não se resolvem com diplomacia, mas com pólvora. Obviamente se dependesse do presidente Jair Bolsonaro estaríamos iniciando a Terceira Guerra Mundial.


Em uma guerra todos perdem, por isso absolutamente toda tentativa de diálogo deve ser esgotada para tentar por fim a esse empasse antes de uma postura bélica por parte dos EUA, dos demais países europeus ou de quem quer que seja. O que está em jogo aqui é a ordem, a paz mundial e a vida de centenas de milhares de inocentes.


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