O extremismo da direita radical com os dias contados

A extrema direita é uma onda que nitidamente vai se dissipando e se transformando em marola

Por: Júnior Bozzella  -  30/05/22  -  07:16
Teremos eleições no Brasil e os resultados serão um termômetro para o resto do mundo
Teremos eleições no Brasil e os resultados serão um termômetro para o resto do mundo   Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Ao que tudo indica o extremismo da direita radical parece estar com os dias contados. E isso não sou eu quem estou dizendo, é a percepção que qualquer mente lúcida tem observado acompanhando as eleições ao redor do mundo em países que envolvem candidatos com esse perfil


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A vitória de Joe Biden sobre Donald Trump nos EUA, de Emmanuel Macron sobre Jean Marie Le Pen, na França, e o desempenho surpreendente de Gustavo Petro nas eleições presidenciais colombianas no último domingo (29), ilustram essa realidade. A extrema direita é uma onda que nitidamente vai se dissipando e se transformando em marola.


Não se pode negar a importância histórica desse movimento de ruptura que foi a ascensão da extrema direita, mas o exagero, em qualquer área que seja, jamais pode ser positivo, porque esgota e satura viver no limite tanto para um lado quanto para o outro. Uma sociedade para se desenvolver, prosperar e viver em harmonia, precisa de equilíbrio, exatamente o que falta aos radicais.


Este ano temos eleições no Brasil, e sem dúvida alguma os resultados serão também um termômetro para o resto do mundo em relação à perpetuação ou não da direita radical no poder. Em linhas gerais, o que temos observado ao redor do mundo é que a direita radical vem perdendo seguidores, não só pela ideologia sufocante, mas principalmente pelo fracasso da gestão. Frases de efeito e narrativas fortes podem movimentar massas e até eleger um presidente, mas não colocam um país de pé. E pelo que vimos ao redor do globo foi esse o grande tiro do pé da extrema direita: excesso de ideologia e total incompetência para comandar nações. Economias estagnadas, conflitos internos, políticas públicas sociais abandonadas, desemprego, fome e sistema educacional ruindo são apenas alguns exemplos de como os países foram sucumbindo aos governos da extrema direita.


Não existe nação que cresça sem uma gestão competente e não existe população feliz com fome. Aqui no Brasil, os recentes números da pesquisa Datafolha divulgada na última semana revelaram que 69% dos eleitores estão “totalmente” decididos a votar no postulante já escolhido, enquanto 30% admitem a possibilidade de mudança. A polarização é evidente, e a população parece sofrer de uma miopia generalizada ao não ser capaz de enxergar um caminho de equilíbrio longe dos polos extrema direita e extrema esquerda.


Outra questão que a recente pesquisa do Datafolha ilustra é que aqui no Brasil vai se seguindo a tendência mundial de esgotamento da extrema direita, como falamos no início que temos acompanhado nos demais países. A hipótese de que o atual presidente Jair Bolsonaro tente invalidar as eleições é vista com preocupação por 55% do eleitorado, mais da metade dos brasileiros. Já 60% dos entrevistados avaliaram que as insistentes declarações do presidente Bolsonaro colocando em dúvida o sistema de votação atrapalham as eleições. Os números mostram claramente o brasileiro dando sinais de sufocando em relação a este modelo de governo.


Até outubro ainda há muita água para passar por debaixo da ponte. Eu, no que tange o meu trabalho no Congresso Nacional e a minha luta enquanto cidadão e homem público, não vou desistir daquilo que acredito que é o melhor caminho para o país: equilíbrio e lucidez.


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