Lutar pela democracia é responsabilidade de brasileiro e ela só é construída pelo voto

Enquanto deputado federal lutei muito no Congresso para que a pandemia que já está no Brasil há 8 meses não fosse usada como justificativa para tirar da população brasileira o seu direito de escolher os seus representantes

Por: Júnior Bozzella  -  16/11/20  -  12:23
Atualizado em 19/04/21 - 18:51
 Eleições municipais e poder econômico, uma equação que não fecha
Eleições municipais e poder econômico, uma equação que não fecha   Foto: Fábio Pozzebom/Agência Brasil

No último domingo (15) tivemos eleições municipais. Enquanto deputado federal lutei muito no Congresso para que a pandemia que já está no Brasil há 8 meses não fosse usada como justificativa para tirar da população brasileira o seu direito de escolher os seus representantes legitimamente nas urnas.


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Caso as eleições tivessem sido canceladas ou adiadas a perder de vistas como se falava, os moradores de todos os municípios brasileiros teriam nos próximos meses nas Câmaras e prefeituras políticos que não elegeram em um processo completamente na contramão da democracia.


Infelizmente, mais uma vez, as fake news e a manipulação política de alguns grupos que trabalharam arduamente para tirar o povo das urnas teve êxito significativo e resultou em uma grande abstenção por parte dos eleitores do Brasil todo, especialmente na Baixada Santista. O Brasil registrou 23% de abstenção, o maior índice dos últimos 20 anos.


Assisti com enorme tristeza a manifestações nas redes sociais oriundas de diversas cidades do Estado de São Paulo de pessoas disseminando boatos para tirar o povo das urnas e incentivar um boicote geral à votação. Quem se favorece se as pessoas não votam? O povo? Claro que não! Políticos serão eleitos de qualquer jeito, com mais ou menos votos, porque essa é a legislação brasileira. Agora o cidadão que deixa de votar perde a chance de participar do processo democrático e escolher o seu representante legitimamente, ficando ainda mais vulnerável e a mercê da escolha do outro. Nesse cenário, quem acaba sendo favorecido são os políticos e partidos tradicionais, ou seja, a velha política que conta com militância e eleitorado cativo. E foi isso que vimos em grande parte das cidades brasileiras.


Vemos pessoas criticando candidato X ou Y, reclamando do governo, da política, mas o que efetivamente elas fazem para mudar isso? Na grande maioria das vezes, nada. Acreditam que não indo votar mostram a sua descrença no sistema, quando na verdade só favorecem a manutenção exatamente daquilo que tanto criticam.


Na última semana os norte-americanos deram um exemplo de exercício de cidadania comparecendo maciçamente às urnas. O comparecimento voluntário dos eleitores deixa claro porque os Estados Unidos são reconhecidos como uma das maiores e mais consolidadas democracias do mundo. Aqui no Brasil o número de eleitores aptos a ir às urnas no último domingo (15), primeiro turno das eleições municipais, foi o maior na história do país. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 147.625.767 de eleitores distribuídos em 5.567 municípios. Entretanto, infelizmente, a taxa de abstenção foi uma das maiores da história também.


Já passou da hora de o povo brasileiro entender que o país é responsabilidade de todos e que o único jeito de mudar é fazendo cada um a sua parte, e votar é uma delas. Parabéns aos milhares de brasileiros que foram às urnas. A verdadeira democracia é construída por vocês.


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