Testar, testar...

Olhar para todas as providências necessárias é a lição que a pandemia vai deixando aos municípios

Por: Redação  -  13/01/22  -  07:08
Testar é o ponto sensível neste novo momento da pandemia, em que crescem os casos de contaminação pela variante Ômicron.
Testar é o ponto sensível neste novo momento da pandemia, em que crescem os casos de contaminação pela variante Ômicron.   Foto: Pixabay

Em março completa dois anos, mas ainda pode ser aplicado agora o conjunto de recomendações feitas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) quando do início da pandemia do novo coronavírus, em 2020. Em um dos primeiros pronunciamentos da organização, as regras eram bastante claras: a transmissão controlada; a capacidade de atendimento do sistema de saúde; riscos de surto em locais críticos; medidas preventivas em locais de frequência pública como escolas e escritórios; risco de importação de casos e engajamento de comunidades. Ato contínuo, o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, reforçou a importância de outras duas iniciativas para evitar a ampliação da circulação do vírus: testar e isolar. “A forma mais eficaz de salvar vidas é quebrar a cadeia de transmissão. E para fazer isso, é preciso testar e isolar”, disse o diretor, em abril de 2020.


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Testar é o ponto sensível neste novo momento da pandemia, em que crescem os casos de contaminação pela variante Ômicron. Embora registre menos gravidade e letalidade, impacta a rede de saúde e compromete a cadeia produtiva, na medida em que afasta milhares das atividades laborais e consome recursos humanos e materiais.


Esta semana, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica começou a recomendar a seus associados, que representam 65% do setor, a fazer gestão de seus estoques de exames nos próximos 15 dias, período considerado crítico. A questão está ligada à produção dos reagentes dos testes, importados dos Estados Unidos e Europa. Quando há uma forte procura como agora, a tendência é que os fabricantes deem preferência ao atendimento de seus próprios países, o que pode levar ao risco de desabastecimento no resto do mundo.


No Brasil já tem havido registro de falta de exames, tanto na rede pública como nas próprias farmácias. A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) registrou recorde de venda de testes na primeira semana deste mês, e já alerta para possível desabastecimento.


Diferentemente das primeiras ondas da covid-19, esta nova vem acompanhada do surto de gripe, cujos sintomas se confundem com os provocados pelo Sars-Cov-2. Nesse contexto, pedidos de exames por parte da área médica e demandas criadas pela própria população na rede farmacêutica tornam o quadro ainda mais alarmante.


A Baixada Santista tem registrado picos de contaminação, fazendo com que as recomendações sanitárias voltem a ganhar relevo. O contexto é de alerta e tudo que não se quer, neste momento, é reviver o quadro caótico experimentado em 2020 e 2021. A boa notícia é que a vacinação avança, agora na iminência de atingir também as crianças e, mesmo com novas variantes, o quadro dos infectados é menos crítico.


Olhar para todas as providências necessárias é a lição que a pandemia vai deixando aos municípios. Testar, testar e testar é uma delas.


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