Para que os planos saiam da gaveta

Não faltam diagnósticos sobre a região. O que precisa, agora, é um sentimento metropolitano

Por: Redação  -  24/01/22  -  06:45
Plano regional de mobilidade urbana prevê eventuais obras de infraestrutura e um conjunto de ações para dar maior fluidez ao trânsito.
Plano regional de mobilidade urbana prevê eventuais obras de infraestrutura e um conjunto de ações para dar maior fluidez ao trânsito.   Foto: Matheus Tagé/AT

A Agência Metropolitana da Baixada Santista prepara - e promete finalizar até novembro - importante plano regional de mobilidade urbana, que prevê eventuais obras de infraestrutura e um conjunto de ações para dar maior fluidez ao trânsito e mitigar seus efeitos nas mudanças climáticas para os próximos anos. Os recursos para todas as fases do plano, estimados em 500 mil euros (R$ 3 milhões) vêm da União Europeia, por meio da Agência Francesa de Desenvolvimento, em uma clara demonstração de que a mobilidade urbana da região importa para os países europeus no quesito mudança climática e sustentabilidade.


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Diferente de outros planos feitos de forma metropolitana, este tem alguns elementos diferenciados, como as escutas feitas junto à população, considerando bairros periféricos e nobres, população rica e pobre, homens e mulheres, negros e brancos.


Além disso, a pesquisa de origem-destino está sendo atualizada, para que se tenha um retrato fiel de onde partem e onde chegam os moradores da região em seus deslocamentos diários. O plano também quer saber quais modais são utilizados, qual a prevalência do transporte individual sobre o coletivo, como está a malha cicloviária, pontos de ônibus, calçadas, pavimentação e iluminação das vias, em um entendimento contemporâneo de que falar e entender a mobilidade não é tratar apenas sobre os modais utilizados pela população, mas como está a infraestrutura urbana.


Breve apresentação sobre o estágio atual do plano foi feita na última quinta-feira, e há o entendimento de que tão importante como desenhar um retrato fiel sobre a mobilidade sustentável da macrometrópole da Baixada Santista é colocar de pé as ações que forem ali apontadas quando os trabalhos chegarem ao fim. Há um entendimento, por parte dos gestores públicos envolvidos, dos consultores das empresas contratadas e da Agem sobre a necessidade de um pacto coletivo para que todo o esforço e recursos envolvidos no plano não sejam em vão.


Planos, radiografias, projetos e programas existem aos montes sobre a região, cada um para tratar de um segmento diferente, mas o diagnóstico do não-funcionamento é sempre o mesmo: faltou empenho coletivo para dar andamento às respectivas ações propostas.


A Região Metropolitana da Baixada Santista existe há 25 anos, tem todas as estruturas criadas e em funcionamento (conselho, agência e fundo metropolitanos), condição privilegiada em relação a todas as demais do Estado de São Paulo. Muito em breve receberá a colaboração formal do Parlamento Regional, representando os 136 vereadores da região. O que falta, de fato, é se apropriar dessas estruturas e ferramentas e fortalecer o seu espaço e a sua relevância, tirando da gaveta os planos e implantando as medidas que tragam desenvolvimento coletivo e qualidade de vida aos seus quase 2 milhões de moradores.


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