Nas últimas semanas, o Banco Central e instituições financeiras realizaram reuniões sobre o futuro do Pix, sistema instantâneo de pagamentos que se tornou um sucesso indiscutível. Entretanto, as conversas não são sobre novos serviços ou como expandi-lo ainda mais, mas a criminalidade que se aproveita das facilidades dessa tecnologia para praticar todos os tipos de roubos. O BC, o criador desse sistema, entende que são os bancos e startups do setor que devem adotar artifícios para impedir que esses roubos avancem.
Espera-se que cheguem a um acordo sobre as responsabilidades e o que pode ser feito para blindar essas operações. Caso contrário, seu uso ficará inviabilizado. O brasileiro já sabe que as autoridades demoram a agir contra a violência e suas novas modalidades e algumas pessoas passaram a utilizar um segundo celular, geralmente o mais antigo e sem aplicativos bancários, para ser levado a locais ou situações que acham que possam estar menos seguras. Porém, isso limita muito a mobilidade do Pix e está longe de ser uma medida ideal. É como nunca mais sair de casa para não ter o risco de ser roubado na rua.
Não há crime perfeito e no caso dos que usam meios eletrônicos, há a vantagem de poder rastrear a transmissão dos recursos, ainda que sejam arranjados laranjas para receber o dinheiro – segundo o BC, o combate passa por um maior rigor na abertura das contas. Entretanto, é preciso coibir a ação das quadrilhas, pois empregam métodos violentos na abordagem.
Também é fundamental orientar a população sobre formas de aumentar a própria segurança no uso do Pix. Uma das possibilidades, que é impor limites para transações na madrugada, foi acessada por apenas 49% dos correntistas. O sistema bancário precisa adotar mais medidas contra a prática de crimes feita com esse meio de pagamento. A inviabilização do Pix devido à violência seria um fracasso para toda a sociedade.