Mais de 600 mil mortes

Se não fosse o esforço da ciência, que desenvolveu vacinas em tempo recorde, efeitos seriam bem mais drásticos

Por: Redação  -  09/10/21  -  06:44
  Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Com a trágica marca de 600 mil mortes causadas pela covid-19 no País, atingida ontem, a constatação é de que, se não fosse o esforço da ciência, que conseguiu desenvolver vacinas em tempo recorde, os efeitos teriam sido bem mais drásticos. Essa triste estatística coincide com um momento de queda acentuada dos casos da doença e das internações em meio a uma imunização completa de 46% da população brasileira. Na região, a cobertura está mais acelerada, de 58,5%, com extremos de 68,8% em Santos e 51,5% em São Vicente, o que explica a redução da ocupação dos leitos de UTI de covid - em Santos, ela é de 19%. Entretanto, o registro de óbitos continua e ontem foram dez vidas perdidas na Baixada Santista. Desde o início da pandemia, a Baixada soma o impressionante número de 7.119 mortes. Apesar da melhora acentuada, também ontem, mais 166 casos foram confirmados na Baixada, uma prova de que não se deve baixar a guarda, sendo preciso manter a vacinação, principalmente a dos reticentes. Aliás, segundo algumas prefeituras do ABC, por volta de 80% dos casos graves nos hospitais são de não vacinados.


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Daqui para frente, serão necessárias imunizações de reforço ou outras medidas de urgência, caso variantes mais agressivas apareçam, lembrando que o novo coronavírus se aproveita de regiões com baixa cobertura vacinal para se mutar. Segundo um balanço da GloboNews, a Nigéria, que tem 206 milhões de habitantes, a Etiópia, com 115 milhões, e o Congo (ex-Zaire), com 90 milhões, vacinaram menos de 1% de suas populações, o mesmo ocorrendo no Haiti, com 11 milhões. Portanto, a covid ainda terá condições de permanecer em circulação e é bem possível que alguns surtos se configurem nos próximos meses ou anos.


Já o enfrentamento do governo contra a pandemia foi desastroso, tardiamente aderindo à imunização, uma área em que o País sempre foi eficiente. Se o Ministério da Saúde tivesse começado desde cedo a encomendar as vacinas e as medidas sanitárias não fossem atropeladas pelas disputas políticas, talvez as fases agudas da pandemia ocorreriam de forma mais diluída e com menos vítimas.


Enquanto os países registram conquistas contra a doença na saúde, os impactos econômicos persistem. As injeções dos governos para estimular o consumo e os atrasos na produção devido ao isolamento social geraram um descasamento entre oferta e demanda e uma inflação mundial, mantendo neste momento uma incrível pressão sobre as cotações das commodities. Esses efeitos geram desemprego e miséria, mas os governos, pelo menos os de países desenvolvidos ou emergentes, têm ferramentas para atenuar os reflexos.


Porém, com a saúde não se pode falhar e é preciso trabalhar duro, pois os mortos não podem ser vistos apenas como números. Cada perda tem uma história de sofrimento em particular, com traumas imensuráveis.


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