Infectados sem vacinação completa

É importante não se acomodar com eventual queda das estatísticas, como no arrefecimento das outras cepas

Por: Redação  -  20/01/22  -  06:11
  Foto: Vanessa Rodrigues/AT

É estarrecedora a constatação de que a maioria dos atuais pacientes com covid-19 internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) de Santos não completou o esquema vacinal contra o novo coronavírus. Segundo apurou o repórter Daniel Gois, o problema se repete em outras cidades da região que divulgaram seus dados.


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Considerando que a Baixada Santista tem uma parcela elevada da população com idade mais avançada e que há muitos pacientes com comorbidades, os dois grupos mais suscetíveis a desenvolver a doença, as autoridades devem agir com a máxima rapidez e precisão.


Primeiro, é preciso convencer os reticentes a se imunizarem, fazendo uma busca ativa dos descuidados, aqueles que tomaram apenas a primeira dose. Os imunizantes não são 100% eficientes e há pessoas com esquema vacinal completo sendo agora contaminadas, mas os dados indicam que as vacinas derrubaram os sintomas graves, internações e mortes.


De acordo com a reportagem publicada ontem em A Tribuna, dos internados nas UTIs de covid de Santos, 56% não tomaram pelo menos uma dose do imunizante. Além disso, na Cidade, há 40 mil moradores (um décimo da população) sem a segunda aplicação.


Além da displicência, há o movimento que prejudica seriamente a campanha de vacinação contra o coronavírus com teorias negacionistas que reforçam ideias absurdas sobre os imunizantes. Deve-se combater com veemência a circulação de invencionices com potencial para levar à morte ou deixar sequelas, que possivelmente se tornam doenças crônicas nos próximos anos.


Por outro lado, a inabilidade do Ministério da Saúde em conduzir o combate à covid-19 e o discurso do presidente Jair Bolsonaro contra a vacinação pediátrica dificultam o trabalho que precisa realmente ser feito contra a doença.


Pesquisadores indicam que a variante Ômicron é menos agressiva que as anteriores, o que, por outro lado, pode levar a comportamento menos seguros, como não higienizar as mãos, frequentar aglomerações ou afrouxar o uso de máscara.


Mesmo com a Ômicron, os sintomas incomodam e precisam ser monitorados e esses infectados sobrecarregam o sistema de saúde. Além disso, a persistência da circulação do vírus mantém a possibilidade de novas variantes. Nada garante que elas não serão perigosas.


Segundo relatos das regiões que foram atingidas primeiro pela Ômicron, como a África do Sul e algumas metrópoles dos Estados Unidos e Europa, as infecções tendem a se estabilizar após um mês do estouro das contaminações.


Ao longo deste ano, imunizantes e os primeiros medicamentos sérios contra a doença, em especial o Paxlovid, da Pfizer, devem ajudar a cercar a covid-19. Entretanto, não se sabe se será necessário conviver com esse mal por muitos anos.


Dessa forma, é importante não dar qualquer brecha ao vírus ou não se acomodar com eventual queda das estatísticas, como no período de arrefecimento das outras cepas.


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