Eficiência e inovação no Porto

A formação de mão de obra especializada também é fundamental, ainda mais com a inovação tecnológica

Por: Redação  -  19/06/22  -  07:24
  Foto: Carlos Nogueira/Arquivo/AT

A consolidação do Brasil como um dos gigantes das commodities, o possível impacto da nova ordem mundial no comércio após a guerra da Ucrânia e efeitos profundos dos avanços tecnológicos exigem acelerar o ritmo de mudanças no Porto de Santos. A agenda técnica feita pela comitiva Porto & Mar em Roterdã, na Holanda, uma iniciativa do Grupo Tribuna, mostrou soluções que podem ser aproveitadas pelo complexo santista.


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Autoridades e empresários, integrantes da comitiva que viajou ao país europeu na semana passada, trouxeram na bagagem a experiência sobre como agregar valor a produtos antes da saída da área portuária e conheceram galpões refrigerados para itens frescos importados, além de modernos simuladores para profissionais do setor.


O Porto de Roterdã é uma potência geradora de negócios para a Holanda, responsável por 15% do Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 1 trilhão do país, cuja área é quase a mesma do Estado do Rio de Janeiro (o PIB brasileiro neste ano é de US$ 1,8 trilhão). No ano passado, Roterdã movimentou 15,3 milhões de contêineres – 218% a mais do que o Porto de Santos.


O complexo portuário é o maior da Europa (na lista dos maiores do mundo, os asiáticos estão à frente). Mas o grande aprendizado é com sua capacidade de modernização e geração de negócios com as inovações, que mais recentemente se aceleraram. Por exemplo, por falta de espaço, áreas foram aterradas, como a de Maasvlakte, onde há terminal todo automatizado.


No caso de Santos, os desafios são inúmeros, como acelerar o ingresso de novas tecnologias, em meio a questões que não são tão modernas. É preciso tornar a gestão mais eficiente, reduzir interferência política e burocracia e acelerar melhorias constantes, como a da dragagem e acessos ao Porto.


Há entraves não diretamente portuários, mas que influenciam localmente, como a falta de infraestrutura no interior do País para que a produção chegue ao Litoral. O ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, em entrevista à TV Band, disse que o agronegócio cresceu assustadoramente, mas as rodovias para levar as commodities aos portos não avançaram.


Apesar da importância de se observar o curto prazo, o que inclui o resultado das eleições e mesmo a privatização da gestão portuária prevista para o próximo semestre, é preciso planejar o futuro do Porto de Santos.


Já há a expectativa de aumentar a área de operação e atrair mais investimentos aos terminais, mas persistem os entraves que levam à demora para a tomada de decisões e a implantação das mudanças. As regras devem ser seguidas à risca, mas os prazos de execução têm que ser acelerados.


A formação de mão de obra especializada também é fundamental, ainda mais com a inovação tecnológica. A promessa de uma escola de capacitação no nível de Roterdã ser implantada em Santos é animadora e terá grandes resultados se virar realidade.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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