Contra a Delta, muita responsabilidade

É importantíssimo acelerar a vacinação para ampliar a cobertura da população com a segunda dose

Por: Redação  -  04/08/21  -  07:03
 O primeiro caso da região é de uma funcionária de hotel, que felizmente não precisou ser internada e seu estado é considerado irregular
O primeiro caso da região é de uma funcionária de hotel, que felizmente não precisou ser internada e seu estado é considerado irregular   Foto: Matheus Tagé/AT

A confirmação do primeiro caso da variante Delta da covid-19 na região, conforme A Tribuna publicou nesta terça-feira (3), exige grande responsabilidade das autoridades sanitárias e dos prefeitos. Não se trata de apavorar a população, mas de que os cuidados, que muitos não seguem, sejam respeitados à risca para evitar uma retomada em ritmo acelerado das infecções e consequentes internações e mortes. Várias pesquisas apontam que não se pode brincar com a Delta nem achar que o Brasil terá quadro diferente de mais de uma centena de países que já registram contaminações pela cepa. Já há registros até em Wuhan, na China, o primeiro epicentro da covid-19. De acordo com um estudo, as vacinas da Pfizer e AstraZeneca são 13 pontos percentuais menos efetivas com a Delta (não há estudo com a CoronaVac), atingido proteção, respectivamente de 79% e 60%. Um outro trabalho afirma que as chances de contaminação pela Delta é 2,5 vezes superior a por outras cepas.


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O primeiro caso da região é de uma funcionária de hotel, que felizmente não precisou ser internada e seu estado é considerado irregular. Há ainda dois tripulantes de um navio de bandeira de Cingapura que estão internados na Santa Casa. A embarcação veio de Salvador e está de quarentena após 15 infecções confirmadas. Entretanto, a grande preocupação é que a transmissão esteja desenfreada entre a população, o que é bem possível pela baixa testagem genômica no País, apesar da variante Delta ter levado os governos a acompanhar mais de perto a incidência da cepa. Se a suspeita de disseminação ampla for contaminada, as barreiras nas fronteiras, em aeroportos e rodoviárias não terão mais sentido e será melhor os prefeitos e governadores não dispersarem suas grandes equipes médicas e de apoio no combate à covid-19. Aliás, a testagem geral deveria ser uma prioridade, pois a Delta tem em parte uma manifestação diferente e que estimula confusões, pois não causa perda de olfato e paladar, mas muita coriza e dores na garganta.


Entretanto, o melhor trabalho que os governos devem fazer agora é o educativo, rompendo a sensação cada vez maior da população de que o perigo passou. A displicência com o uso de máscaras e as aglomerações precisam ser combatidas pela conscientização. Paralelamente, é importantíssimo acelerar a vacinação para ampliar a cobertura com a segunda dose.


Estados Unidos e outros países desenvolvidos, como Reino Unido, França e Alemanha enfrentam dificuldades para imunizar a população mais conservadora, que ainda se apega a inverdades, ou aqueles que simplesmente se acomodaram e não tomaram a vacina. O que se verifica é que mesmo nesses países a variante consegue se espalhar, o que sob o ponto de vista epidemiológico é muito perigoso. O novo coronavírus já demonstrou que consegue se mutar rapidamente em sua luta pela perpetuação e fica o risco de uma dessas cepas se revelar mais resistente.


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