Bom senso em Santos

Prefeitura de Santos e Liga Independente Cultural das Escolas de Samba de Santos (Licess) adiaram desfiles deste ano

Por: Redação  -  12/01/22  -  06:55
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/   Foto: Adalberto Marques/AT

Acertada e coerente a decisão conjunta da Prefeitura de Santos e da Liga Independente Cultural das Escolas de Samba de Santos (Licess) sobre adiar os desfiles das escolas no Carnaval deste ano, previstos para fevereiro e para os quais quase todos os preparativos estavam finalizados. O anúncio foi feito pelo prefeito Rogério Santos, que antecipou a decisão em algumas semanas para poupar as agremiações dos custos finais que, segundo a Liga, são os maiores e mais significativos. Não há uma nova data marcada.


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Em meio a tantas divergências sobre as melhores condutas para lidar com essa nova fase da pandemia, encontrar uma solução de consenso, mesmo com prejuízo a uma das partes, é motivo de comemoração. Em geral, a ponta prejudicada discorda e faz da discordância verdadeiro campo de batalha, em que as armas ideológicas e políticas geralmente são utilizadas.


Para este novo momento da pandemia, não há lados opostos, mas apenas a busca de caminhos que mitiguem os prejuízos e impeçam a formação de um cenário tão catastrófico quanto se viu durante o ano passado. A presença da variante Ômicron na região e em todo o País tem levado a hospitais e postos de saúde centenas de milhares de pessoas, mas com gravidade inferior à registrada durante o pico da pandemia. Porém, o vírus da covid tem mostrado que as certezas são frágeis e podem ser descartadas diante de novas mutações. Não há data para o fim da pandemia, mas já se sabe que, até este momento, é o alto índice de vacinação o responsável pelo quadro mais brando das novas manifestações.


Depois de dois anos de pandemia, decisões como a tomada pelas prefeituras de Santos, de Peruíbe e de outras cidades turísticas são o resultado do amadurecimento dos gestores públicos e da sociedade sobre as melhores formas de combate à covid. O Carnaval é prova disso, assim como foi a queima de fogos no Réveillon. Até agora, 17 capitais do Brasil e o Distrito Federal cancelaram o Carnaval de rua este ano. As festividades públicas também foram suspensas em Olinda (PE), Ouro Preto (MG), Juiz de Fora (MG) e São Luiz do Paraitinga (SP), municípios famosos por suas festas neste período.


Embora o Carnaval represente receitas importantes para os municípios da Baixada Santista, é a atração de visitantes nos dias de folga que incrementa as atividades turísticas como hotelaria, bares, restaurantes e visitação em espaços públicos. Abrindo mão dos desfiles e do risco que podem representar em função da aglomeração, mantêm-se os demais setores em funcionamento, estes sim, imprescindíveis para toda a temporada que ainda há pela frente.


Que o exemplo de pacto pela saúde coletiva se estenda em situações semelhantes que, eventualmente, possam surgir nos próximos meses. A julgar pelas ondas de alta e baixa da covid, é possível prever que o fim dessa pandemia ainda está longe de chegar.


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