A miséria cresce em todo o mundo

Pandemia acelerou velozmente a pauperização do povo, abrindo vitrines tristes da falta de políticas sociais

Por: Sergio Pardal Freudenthal  -  16/12/21  -  06:46
  Foto: Matheus Tagé/AT

Neste final do segundo ano no combate à pandemia, os resultados não serão diferentes dos esperados. Invariavelmente quem mais sofreu foram os mais pobres, com o crescimento assustador da miséria.


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Sem qualquer ilusão, sabemos que o crescimento da miséria em todo o mundo decorre de três décadas do neoliberalismo, destruindo as conquistas sociais do Século das Grandes Guerras. Acontece que a pandemia acelerou velozmente a pauperização do povo, abrindo as vitrines tristes da falta de políticas sociais.


Até mesmo no berço da Previdência Social, nas terras do Velho Mundo, tem aposentados recolhendo lixo para comer. Que dirá em nosso país?!


Como nem tudo pode ser absolutamente para o mal, enquanto as condições miseráveis se escancaram o suficiente para causar vergonha coletiva, o vírus, com suas variantes podendo reduzir os efeitos das vacinas, obriga aos ricos a solidariedade com a grande maioria do planeta. Será preciso uma grande campanha de vacinação mundial, com concessões por parte dos países com vacinas sobrando, para que a grande maioria da população, especialmente nos mais pobres rincões, possa ser imunizada, impedindo a radicalização maior do desastre social e econômico que o vírus vem causando.


Os negacionistas da ciência, os antivacinas, são parte do bloco fascista que disputa o mundo atual. Alguns acham que a grama é azul; o que fazer? Mas a grande maioria tem mesmo é planos perversos, visando aumentar suas próprias riquezas e poderes. Instigam, na sequência, a ignorância, o medo e o ódio. Assim se apresentam as eleições do ano que vem.


Contra a barbárie é preciso defender a civilização, como, por exemplo, promovendo a reconstrução do Estado Democrático de Direito em nosso país, tão vilipendiado com o golpe de 2016. E a pandemia demonstrou a importância do Direito Social, fruto de conquistas e regulador do tecido social. Os nossos gigantes na luta contra o coronavírus, o SUS e o INSS, são exemplos.


O combate à miséria, que cresce de forma assustadora, é uma das obrigações dos que defendem a civilização. E, como ensinou o saudoso Anníbal Fernandes, a verdadeira solidariedade é


a que a lei determina. São os impostos é que podem garantir a solidariedade. Assim, impostos sobre grandes fortunas ou grandes heranças são obrigações dos cidadãos. Sem confundir com a solidariedade das comunidades ou até mesmo de setores mais ricos; importantes, edificadores de uma sociedade mais justa, mas não resolvem. Abrem espaços para fundamentalistas de qualquer crença, somando-se na defesa da ignorância, medo e ódio.


Que este final de ano seja de bastante reflexão para todos que defendem a civilização, com dignidade, saúde, educação, habitação, saneamento e todas as liberdades iguais para todos.


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