Reforma, para que te quero?

O assunto da semana foi a reforma tributária

Por: Dad Squarisi  -  09/07/23  -  06:25
  Foto: Foto: Max

“Ler livros é viver muitas vidas. Escrever um livro é eternizar a sua história.”
Paula Andrade


O assunto da semana foi a reforma tributária. Mudar o sistema brasileiro de arrecadar impostos se impunha. A meta não é diminuir o montante do rico dinheirinho que desembolsamos, mas simplificar a forma de fazê-lo.


Enquanto se discutem os pormenores da mudança que espera há mais de 30 anos, vale dar uma dica de português. Qual a etimologia da palavra reforma? A trissílaba tem duas partes. Uma: o prefixo re-, que significa retorno, regresso, volta atrás. A outra: forma, que quer dizer configuração, feição.


Língua dos Césares
O português herdou do latim o verbo reformare, que significa reformar, mudar para voltar à feição anterior. Com o tempo, o vocábulo ganhou novo significado. Virou sinônimo de aperfeiçoar. A reforma tributária visa aperfeiçoar o sistema de cobrança de impostos do Brasil.


Lé com lé, cré com cré
No discurso de Lula, Roberto Campos Neto virou inimigo do Brasil. A razão: o presidente do Banco Central trata a taxa de juros técnica, não politicamente. Dizem os entendidos que Luiz Inácio busca um bode expiatório. Se o governo desandar, ele tem a quem atribuir a culpa.


A responsável é a taxa... de juro ou de juros? Tanto faz. O importante é a concordância. Se escolher o nome singular, o verbo vai para o singular. Se optar pelo plural, dê a vez ao plural: O juro está pela hora da morte. Os juros estão pela hora da morte.


Adeus, Zé Celso
Morreu José Celso Martinez. Na terça-feira (4), um incêndio no apartamento em que morava lhe queimou mais da metade do corpo. Socorrido, não resistiu. Despediu-se da vida na quinta-feira aos 86 anos de idade. O revolucionário dramaturgo criou o Teatro Oficina, em São Paulo, e lá encenou peças memoráveis como O Rei da Vela, Hamlet e Bacantes.


Gangue do MARIO
O verbo incendiar, que ceifou a vida de Zé Celso pertence a um time especial. Alguns o chamam de Gangue dos Cinco. Outros, de Gangue do MARIO. Explica-se. A patota é composta de cinco verbos. Juntando-se a inicial de cada um, forma-se o nome Mario: mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar. Todos obedecem ao chefe. Odiar manda. Os outros vão atrás. Conjugam-se do mesmo jeitinho: eu odeio (medeio, anseio, remedeio, incendeio), tu odeias (medeias, anseias, remedeias, incendeias), ele odeia (medeia, anseia, remedeia, incendeia), nós odiamos (mediamos, ansiamos, remediamos, incendiamos), vós odiais (mediais, ansiais, remediais, incendiais), eles odeiam (medeiam, anseiam, remedeiam, incendeiam); eu odiei (mediei, ansiei, remediei, incendiei); que eu odeie (medeie, anseie, remedeie, incendeie). E por aí vai.


Superdica
Na dúvida, conjugue o verbo odiar, mais comum. Os outros, vaquinhas de presépio, o seguem – sem tossir nem mugir.


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