Metade queijo, metade Nutella: 'Expectativa x realidade'

Como informações divergentes podem levar a experiências desastrosas

Por: Cida Coelho  -  20/10/20  -  14:00
Atualizado em 20/10/20 - 14:04
Como informações divergentes podem levar a experiências desastrosas
Como informações divergentes podem levar a experiências desastrosas   Foto: Divulgação

Ao receber seu sanduiche, no intervalo das aulas online, Marina de 12 anos estranhou o recheio:  Queijo com Nutella. Uma combinação pouco frequente, mas mesmo assim, palatável. Comeu todo o sanduiche durante o intervalo, e só ao final da aula, já no horário do almoço, sentada a mesa, comentou sobre a novidade de tal recheio. 


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A família reunida em volta da mesa gargalhou em coro, ao descobrir o motivo desse lanche inusitado. Antes de sair para o trabalho, a mãe de Marina pediu a sua ajudante no lar, que fizesse um sanduiche com um pão francês e recheasse metade do pão com queijo e a outra metade com Nutella. Ao falar isso, a mãe de Marina visualizou o pão francês dividido em duas metades transversais que seriam recheadas, cada qual com seu recheio.


Ao ouvir o pedido da patroa, no entanto, a ajudante visualizou o pão cortado longitudinalmente, e concluiu que deveria passar Nutella em uma das faces do pão e colocar queijo na outra face. Em ambos os casos, o resultado seria “metade queijo, metade Nutella”, mas a informação divergente levou a uma experiência totalmente diferente.


Esse é um exemplo de mal-entendido que vira piada pronta, mas serve para nos alertar para as armadilhas da Comunicação. Quem errou? Quem falou ou quem ouviu?


No trabalho e na vida, Comunicação não é o que falamos, mas o que o outro entendeu. Somos, portanto, os responsáveis absolutos pelo sucesso da nossa comunicação.


Imagine quanta energia, tempo e dinheiro é desperdiçado em conversas sem foco, onde não se preza o resultado da  comunicação. Você, certamente já participou de reuniões em cujo final não se compreendeu exatamente o que ficou decidido ali. Possivelmente, já coordenou reuniões e percebeu que sua proposta não estava sendo compreendida de forma homogênea.


Quando a comunicação não é clara o suficiente, é difícil motivar sua equipe (ou quem quer que seja) a se engajar na sua causa. Portanto, se você é líder, seja lá do que for, preste atenção nessas três dicas:


  • PENSE ANTES DE FALAR: Pensar e refletir são etapas frequentemente negligenciadas antes da tarefa de falar. Quanto mais você estiver com suas ideias organizadas na própria cabeça, melhor elas chegarão para o seu interlocutor.
  • FALE DE FORMA CONCRETA: Não basta ter uma ideia excelente. Você precisará torna-la clara e concreta na cabeça da sua equipe. Procure conhecer seus liderados, falar na linguagem deles e estar atento às suas reações diante do que você fala.
  • FALE DE FORMA GENTIL: Há diferentes maneiras de falar a mesma coisa. Você pode defender sem impor a sua ideia. Suas chances de ser compreendido aumentam quando você defende seus pontos de vista, respeitando o ponto de vista alheio.

A comunicação humana é complexa e poderosa. Para o bem e para o mal. Portanto, se você, assim como a Marina, não quer ser surpreendido com um sanduiche “metade queijo, metade Nutella”, garanta os cuidados que nossa comunicação merece. Qualquer investimento pra melhorar nossa comunicação com as pessoas que nos rodeiam, resulta em ganhos permanentes para nossas relações.


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