Só elas conseguem!

A todo o momento a mulher vem quebrando paradigmas e estereótipos e creio que as novas gerações estão cada vez mais conscientes dessa equidade

Por: Caio França  -  10/03/21  -  10:24
Seguimos na luta pela proteção dos direitos e garantias das mulheres
Seguimos na luta pela proteção dos direitos e garantias das mulheres   Foto: Divulgação

Elas já foram consideradas o sexo frágil. E este adjetivo em nada combina com elas. São verdadeiras fortalezas, guerreiras e leoas. Além de doces e delicadas. Têm a capacidade de realizar tarefas simultâneas de um jeito que só elas conseguem: são mães, funcionárias, esposas, avós, tias, amigas, administradoras do lar. Assim tudo junto e misturado. Essas são as nossas mulheres.


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Inúmeros outros adjetivos também já surgiram com a finalidade de colocá-las em uma condição inferior ao homem. Foram muitas as lutas travadas ao longo dos séculos para que a mulher finalmente ocupasse o seu espaço na sociedade.  Hoje elas estão em todos os cantos, onde elas desejam estar, em todas as profissões e áreas do conhecimento, mesmo que em menor proporção em determinadas atividades do mercado de trabalho, mas isso é só uma questão de tempo. Não tenho dúvidas de que, em breve, não haverá desigualdade em posições de trabalho e pisos salariais.


Essas conquistas resultam de um movimento antigo e permanente, liderado por mulheres fortes que não aceitaram imposições, limitações, opressões e agressões físicas e psicológicas, que insistiram em buscar os seus objetivos, muitas vezes inspiradas em exemplos de outras, aguerridas e revolucionárias no sentido de ajudar a construir uma nova era de libertação. São inúmeros os exemplos de mulheres que não se renderam aos padrões estabelecidos de uma época, que estiveram sempre à frente de seu tempo, que sofreram resistências e marcaram essa batalha pela independência feminina.


Para citar alguns exemplos podemos relembrar de Anita Garibaldi (1821-1849), Princesa Isabel (1846-1921), Chiquinha Gonzaga (1847-1935), Tarsila do Amaral (1886-1973), Bertha Lutz (1894-1976), Carlota Queiróz, eleita a primeira deputada federal do País (1892-1982), Carmen Miranda (1909-1955), Patrícia Galvão (1910-1962), Zilda Arns (1934-2010) e tantas outras que se tornaram um símbolo de luta e que se destacaram em suas atividades.


No entanto, nesta semana em que celebramos o Dia Internacional da Mulher, quero também lembrar das Marias, Anas, Lucias, Fernandas, Joanas, Rosas, Fatimas, Heloísas, Neuzas, Lauras Mirthes, e tantas outras personagens anônimas, cuja narrativa seja oculta para a grande maioria de nós, para os registros e livros históricos, mas que se reinventam e se superam de diferentes maneiras, principalmente em um momento crítico como este de pandemia, e que contribuem do mesmo jeito para a construção de uma sociedade sem distinção de gênero.


A todo o momento a mulher vem quebrando paradigmas e estereótipos e creio que as novas gerações estão cada vez mais conscientes dessa equidade. Conscientes de que não se pode tolerar discriminações, preconceitos ou qualquer tipo de violência em razão de gênero, raça, cor, religião ou classe social.


E muito disso se deve ao fato de que essas gerações nascem numa época de verdadeiras transformações, em que o pai e a mãe dividem a responsabilidade de criar os filhos, por exemplo.  A sociedade contemporânea é repleta de exemplos de divisão de tarefas da vida diária que num passado não muito distante ficavam exclusivamente restritas à figura feminina.


Muitos casais hoje dividem as funções nos cuidados, na educação e formação dos filhos. Em alguns casos, quando a mulher é exigida mais no seu ofício por sua posição gerencial ou de destaque, os pais assumem integralmente as funções da casa, chegando até a abrir mão do próprio emprego. O preconceito em relação ao homem desempenhar tarefas do lar e dedicar-se em cuidar dos filhos vem sendo quebrado gradualmente. Sinais dos novos tempos.


Mas ainda que possamos comemorar alguns avanços, precisamos reconhecer a dificuldade de evoluirmos em outros como é o caso do assédio moral na gravidez. O abalo psicológico deixado por empregadores que praticam a perseguição em profissionais gestantes é um tema que precisa ser aprofundado e merece ser denunciado. Essa conduta acarreta prejuízos incalculáveis e permanentes à saúde física e emocional da mãe no período pós-parto, podendo levar até uma depressão profunda.


Durante os dois primeiro anos deste segundo mandato parlamentar, já apresentamos quatro projetos de lei que valorizam o papel da mulher na sociedade e reforçam a luta pelo  empoderamento feminino e conferem todo o nosso respeito a quem nos deu a vida. São eles: PL 794/19: concede mais vagas de emprego às mulheres no setor da construção civil; PL 926/19: promove a igualdade nas premiações das competições esportivas; PL 350/19: prioriza a habitação popular às mulheres vítimas de violência doméstica e PLC 28/19: veta a contratação de pessoa em cargo comissionado que tenha sido condenado pelos crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher.


Seguimos na luta pela proteção dos direitos e garantias das mulheres. Feliz semana da mulher!


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