Setor de eventos precisa de incentivo para se recompor

Profissionais da área têm estado numa situação desoladora desde o início da pandemia

Por: Caio França  -  12/05/21  -  09:09
 Setor de eventos precisa de incentivo para se recompor
Setor de eventos precisa de incentivo para se recompor   Foto: Alexsander Ferraz/AT

A Covid-19 nos privou da convivência entre amigos, familiares, da socialização em festas, shows e eventos artísticos e culturais. Há mais de um ano os momentos de lazer ficaram bem reduzidos. Pelo menos para os que seguem as regras e os protocolos sanitários, a vida ficou restrita a casa e trabalho, trabalho e casa (isso para quem já retornou às atividades presenciais) e, no máximo, quando possível, uma academia, caminhada na praia para quem disfruta desse privilégio ou um passeio de bicicleta com os filhos.


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No entanto, nesse cenário de privação social o que mais perturba é saber que esses profissionais que ganham a vida levando diversão, entretenimento, boa música, arte e cultura pra gente, têm estado numa situação desoladora desde o início da pandemia. Isso se deve ao fato do setor estar em último lugar na lista do Plano de São Paulo, que orienta as fases de transição da pandemia, a poder voltar a funcionar com plenitude, em razão da aglomeração. E com a segunda onda da Covid-19 no Brasil, esse retorno parece que vai ficando mais distante do que o esperado.


Além dos empreendedores, a cadeia abrange os fornecedores, prestadores de serviços, colaboradores e informais: ambulantes, músicos, iluminadores, seguranças, floristas, garçons, fotógrafos, cerimonialistas, barmans, montadores, buffets, técnicos de som, luz e imagem, cantores, DJs, agentes de limpeza, operadores de caixa, transportadores, carregadores e outros. Muitos se reinventaram já que a criatividade é a mola propulsora do setor, outros contaram com o suporte de familiares e amigos, mas nós sabemos que é muito doloroso acompanhar um estabelecimento comercial, seja ele qual for, fruto da dedicação de uma vida inteira de trabalho, se esvair. Simplesmente porque a vida nos pregou uma grande peça, de um dia para o outro.


Cresci ouvindo dos meus pais que o trabalho dignifica o homem. Milhares de chefes de família tiveram o direito de garantir o sustento das suas próprias famílias negado em razão da atividade profissional que haviam escolhido para exercer durante toda a vida. Aquilo que eles escolheram por vocação, por paixão, por habilidade e competência. Dessa forma, pelo fato da pandemia estar se estendendo muito mais do que poderíamos imaginar, na última semana eu protocolei o Projeto de Lei n. 273/21, de caráter emergencial na Assembleia Legislativa de São Paulo com a finalidade de ajudar o setor de eventos, o mais prejudicado da economia durante a pandemia.


A propositura dispõe sobre o Programa de Auxílio às Atividades do Setor de Eventos do Estado de São Paulo - PAASESP e sugere um pacote de estímulos que incluem a facilitação de parcelamentos tributários, suspensão de IPVA para as empresas do ramo, suspensão de corte de serviços essenciais e linhas de crédito com carência de até 24 meses pela Desenvolve SP. Algumas medidas dessa natureza já foram adotadas pelo Governo Estadual, no entanto, não estão sendo eficazes o suficiente para promover a recuperação na velocidade desejada.


O PAASESP é um conjunto de ações que objetivam garantir a sobrevivência do setor – que precisa seguir honrando suas despesas - até que suas atividades sejam retomadas sem restrições, bem como gerar a capacidade econômica para que assim que volte a operar, o setor tenha condições de fazer frente ao capital de giro necessário, bem como a margem para cobrir todo o endividamento contraído neste período.


Até que toda a população paulista seja efetivamente vacinada, já estaremos caminhando para quase dois anos de paralisação do setor. O cenário é extremamente preocupante para quem vive de arte e de cultura no estado de São Paulo. É obrigação do poder público estender a mão e aliviar este sofrimento por meio deste pacote que estamos propondo.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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