Crise hídrica volta a assombrar São Paulo

No último dia 27, o governo federal emitiu um alerta para o período de junho a setembro em cinco Estados

Por: Caio França  -  02/06/21  -  10:10
 Cenário atual aponta para uma nova crise hídrica diante da previsão de um déficit de chuvas até o verão de 2022 e do retorno do fenômeno Lã Nina
Cenário atual aponta para uma nova crise hídrica diante da previsão de um déficit de chuvas até o verão de 2022 e do retorno do fenômeno Lã Nina   Foto: Beth Santos/Secretaria-Geral da PR

O mês de junho e a semana do meio ambiente trazem uma preocupação que tem se tornado mais recorrente do que gostaríamos em São Paulo: o fantasma da crise hídrica. Como presidente reeleito da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa, durante a primeira reunião do novo biênio, o colegiado aprovou a criação de uma subcomissão que vai tratar especificamente sobre o desabastecimento de água no Estado.


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No último dia 27, o governo federal emitiu um alerta de crise hídrica para o período de junho a setembro em cinco Estados brasileiros: São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná. As unidades da Federação atingidas estão na bacia do Rio Paraná, polo de produção agropecuária e de grandes hidrelétricas. Em razão do baixo volume de chuvas para o período, a situação é classificada como severa. É a primeira vez, em 111 anos, que o Sistema Nacional de Meteorologia emite um alerta de emergência hídrica, reforçando a importância de antecipação de acontecimentos e mudanças climáticas, reduzindo os riscos para a população.


De acordo com análises de especialistas, o cenário atual aponta para uma nova crise hídrica diante da previsão de um déficit de chuvas até o verão de 2022 e do retorno do fenômeno Lã Nina no fim deste ano, que acaba intensificando a chuva nas regiões Norte e Nordeste e reduzindo as chuvas na porção Sul do Brasil.


A Sabesp monitora a capacidade dos reservatórios e alega que neste momento não há risco de desabastecimento, porém apela para a necessidade o uso racional da água pela população. Mesmo durante o período considerado crítico, de estiagem, a posição da companhia é otimista.


Lembrando que em entre o final de 2013 e setembro de 2015 registrou-se a mais grave seca enfrentada na história da Região Metropolitana de São Paulo. A crise foi superada com mais de 500 obras de infraestrutura de pequeno, médio e grande porte, com investimentos da ordem de R$ 3 bilhões.


O sistema que atende a Região Metropolitana de São Paulo é integrado e composto por sete mananciais (Cantareira, Alto Tietê, Guarapiranga, Cotia, Rio Grande, Rio Claro e São Lourenço). O objetivo é garantir maior segurança hídrica no abastecimento. Desde a última crise estão sendo realizadas melhorias com destaque para a Interligação Jaguari-Atibainha que abastece o Cantareira com água da bacia do Rio Paraíba do Sul.


O novo sistema São Lourenço é a principal obra em andamento e consiste na interligação do Rio Itapanhaú com o Sistema Alto Tietê, com previsão de término das obras para o fim deste ano, transferindo em média 2,0 mil l/s desse rio (cerca de 10% de sua vazão média) para a represa Biritiba Mirim, do Sistema Alto Tietê. Cerca de 20 milhões de pessoas serão beneficiadas.


Dessa forma, nesta semana em que celebramos o meio ambiente é preciso refletir sobre a importância de estabelecermos uma relação de equilíbrio na utilização dos recursos naturais já que a consequência do uso desordenado recai diretamente sobre o homem. A escassez dos recursos interfere no nosso bolso e na qualidade de vida da sociedade. Portanto, economize água nas pequenas ações cotidianas: seja rápido no banho, desligue a torneira enquanto estiver lavando louça ou roupa ou ainda escovando os dentes, use a descarga do banheiro somente quando necessário, para lavar o quintal e a varanda utilize um balde e dispense a mangueira. Faça a sua parte, aliás, o ano todo, e não somente nos períodos de estiagem.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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