A Olimpíada do renascimento

Brasileiros estão fazendo bonito nos Jogos Olímpicos de Tóquio

Por: Caio França  -  04/08/21  -  07:03
 Ana Marcela Cunha, que treina em Santos, conquistou a medalha de ouro na maratona aquática
Ana Marcela Cunha, que treina em Santos, conquistou a medalha de ouro na maratona aquática   Foto: Divulgação/COB

Adoro Olimpíadas. Adoro torcer pelo Brasil, pelos atletas do estado de São Paulo. E neste ano histórico de pandemia, passei a admirar ainda mais os nossos atletas olímpicos. Não sei quantas medalhas de bronze, prata ou ouro eles trarão de volta na bagagem, qual a posição que o Brasil vai ocupar no Quadro de Medalhas dos Jogos Olímpicos de 2020, porque depois de tudo o que nós passamos no decorrer dos últimos 17 meses de pandemia, o resultado é o que menos importa.


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Esse é o sentimento que eu quero compartilhar com você neste artigo de hoje. Ainda que a diferença no fuso horário de Tóquio esteja sendo um desafio no acompanhamento das provas das modalidades, é possível acompanhar a programação pelo noticiário, rever as apresentações, os melhores momentos, enfim, o brasileiro sempre dá um jeito de torcer e vibrar pelo seu País.


Apesar dessa disputa já ter entrado para a história dos Jogos Olímpicos, em razão do necessário adiamento motivado pela pandemia de Covid-19- a primeira vez, na era moderna, que os Jogos Olímpicos foram postergados- entendo que a sua realização possa ser também um divisor de águas em tempos difíceis.


É assim que eu busco encarar pelo menos. Na minha opinião, essa é a Olimpíada do renascimento, na qual temos a oportunidade de buscar força, inspiração e motivação para acreditar que somos capazes de transformar a nossa história, de construir um novo caminho, de recomeçar e sonhar com dias melhores.


Além disso, é o primeiro grande evento esportivo que reúne pessoas do mundo todo desde março de 2020, que demandou uma organização minuciosa, um teste importante que fortalece o processo de retomada econômica em diversos países, que mostra para as pessoas que é possível retomar a vida e os sonhos, com todos os cuidados, seguindo todos os protocolos sanitários.


Há quem diga que a pandemia tirou o brilho dessa Olimpíada, que é triste não ter torcida e ver as arquibancadas, muitas vezes, vazias. Mas isso não é verdade, embora eu concorde com a parte de que o calor humano faz falta, em especial aos brasileiros, porém é preciso enxergar um pouco além do nosso campo de visão.


O adiamento da Olimpíada possibilitou o pronto restabelecimento da ginasta Rebeca Andrade, por exemplo, que precisou passar por diversas cirurgias antes de garantir o seu ouro em Tóquio. Rebeca nos proporcionou um espetáculo incrível de ginástica artística, de humildade e simpatia.


Em uma de suas declarações emocionantes à imprensa ela agradeceu o incentivo da mãe, dos irmãos, da família de Guarulhos, do técnico, das ginastas nas quais ela havia se inspirado como a Daiane dos Santos, mas recordou que a maior admiração da família não era da Rebeca ginasta, medalhista olímpica, mas da pessoa que ela havia se tornado, de seu caráter, independentemente de seu desempenho e resultado nas competições. Lembrando que Rebeca saiu de casa aos 9 anos com destino a Curitiba, atrás de seus sonhos.


Quem não vibrou também com a conquista da medalha de bronze do nadador Bruno Fratus na prova dos 50 metros livres, que não conteve a sua emoção, quebrou protocolo, beijou a esposa, vibrou, comemorou e dividiu tudo isso com a gente, em casa, como não se deixar contagiar por essa alegria? Logo depois da prova, Bruno também fez uma declaração em que disse que o Brasil pode ser tudo o que ele quiser. Eu também acredito nisso Bruno, que cada um, dentro da sua área de atuação, pode fazer a diferença, assim como os atletas no esporte.


E por fim, um parabéns especial para a nadadora Ana Marcela, que treina em Santos (Unisanta) e garantiu o quarto ouro brasileiro ontem (terça-feira) na prova da maratona aquática. Todos os que estão em Tóquio são vencedores! Parabéns!


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