O que levo para escola das minhas férias?

Na instituição escolar, o sistema de transmissão de conhecimentos e o sistema de criação artística devem se conjugar

Por: Ângela Cotrofe  -  28/01/20  -  19:12
O que levo para escola das minhas férias?
O que levo para escola das minhas férias?   Foto: Arquivo/Agência Brasil

Na instituição escolar, o sistema de transmissão de conhecimentos e o sistema de criação artística devem se conjugar, para que a objetividade e a subjetividade estejam em harmonia no aluno, tornando-o mais completo, ou seja, unindo interpretação e conhecimento.


Há outros níveis de pensamento e outras formas de expressão que nos levam a identificar nossa maneira de perceber as coisas, a nós mesmos e a relação com o outro e que podem ser trabalhados pelos temas em pauta, como, por exemplo, solidariedade, amizade, rebeldia, desobediência, dentre outros, na maioria das vezes ignorada pela escola.


Esses temas de ordem das relações humanas, apesar de terem um significado para a criança porque fazem parte de sua vida, levam-na a acreditar em sua capacidade de mudança, além de humanizar o ser humano.


Nesse processo de autoconhecimento, os alunos deverão aprender ainda a se estimar e a se valorizar, estabelecendo uma relação dialética de autovalorização pela aquisição de conhecimento, sentindo-se valorizados quando se percebem capazes de adquirir conhecimentos e, ao adquirirem e acumularem conhecimentos sentirem-se valorizados.


Para que isso seja possível, a escola deverá maximizar as potencialidades dos alunos, aproveitando os inúmeros conhecimentos de que eles podem dispor, como , por exemplo, evidenciando os pontos fortes para deixar de realçar os fracos, lembrando-se de que, além do conhecimento intelectual, do raciocínio lógico e verbal, também o potencial intuitivo , emotivo e imaginário podem ser desenvolvidos.


Acredito que, se consideradas essas estratégias, as dificuldades dos alunos podem ser resolvidas antes de se transformarem em problemas graves de aprendizagem.


Na minha visão, a educação só tem sentido numa atmosfera liberal de indagação e de expressão, na qual a cooperação seja tão enfatizada quanto a competência, e a burocracia não se sobreponha à autêntica interação humana.


Para encerrar, gostaria que cada aluno tivesse oportunidade de descobrir caminhos próprios, de resolver cada desafio que se lhe impõe; onde cada aluno se sentisse um cidadão no mundo, podendo olhá-lo, transformá-lo e recriá-lo por meio de uma ação reflexiva em que cada um de nós viva profundamente o prazer, a fruição de se tornar um ser humano cada vez mais inteiro, menos fragmentado, mais inteligente, mais harmonioso, mais consciente e envolvido no profundo e misterioso exercício do viver.


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