Primeiro hotel turístico de Campos do Jordão e uma das primeiras construções no estilo suíço da cidade, o Toriba se transformou em sinônimo de luxo e bom gosto. Localizado na parte mais alta do município, a 1.780 metros, cercado de bromélias e araucárias, o edifício foi inaugurado em 1943, por dois empresários: Ernesto Diederichsen e seu genro, Luiz Dumont Villares, avô de outro empreendedor da cidade, Ricardo Lenz, fundador do Parque Tarundu – atração sobre a qual falamos na reportagem do dia 23.
Há seis anos sob o comando do arquiteto Aref Farkouh, o Toriba continua se renovando. No início deste ano, antes da pandemia, inaugurou um novo restaurante, o Estação Toriba, num vagão de trem, com deque para uma vista espetacular da Serra da Mantiqueira.
Mas o que pouca gente sabe é que o hotel promove experiências em meio à natureza, unindo aventura e gastronomia. São três opções de trilha guiada, em meio à Mata Atlântica, que terminam em almoços ou piqueniques. Aberto também a não hóspedes, esse passeio se chama Aventoriba, e acontece aos sábados, com traslado de ida e volta.
Toriba é uma palavra em tupi-guarani que significa “paz, alegria e felicidade”, e é isso o que o hóspede encontra no hotel e nas opções de lazer ali oferecidas, agora sob novos protocolos de segurança, por causa da covid-19, após o município entrar na Fase Amarela do Plano São Paulo, com reabertura de restaurantes e parques ao público.
Viajamos para Campos do Jordão a convite da Associação Amigos de Campos do Jordão – AME Campos. Na noite anterior, conhecemos o restaurante Pennacchi, dentro do prédio principal do Toriba.
Num ambiente à luz de velas, repleto dos afrescos coloridos do muralista Fulvio Pennachi (1902-1992), os hóspedes ocupavam seus lugares com uma mesa de distância, e os garçons atendiam com máscaras e luvas. Sob responsabilidade do chef Jeferson da Matta, o menu oferece pratos sofisticados, com produtos locais, como a truta ao molho de amêndoas, alcaparras e batatas sautê, e o tornedo de filé mignon com queijo Roquefort e batata rústica.
Um brinde à vida
Participamos do Aventoriba no final da tarde de sábado. O passeio vem ganhando cada vez mais adeptos, por oferecer contato com a natureza. Adentramos a van que leva até a Trilha do Mirante, em dez pessoas, com o uso obrigatório de máscaras. Respeitando o distanciamento físico, andamos em fila, dentro da mata, acompanhados de dois monitores que distribuíram bastões de trekking – que ajudam muito no terreno cheio de desníveis. Com descanso de 15 minutos numa cachoeira, houve quem arriscasse um mergulho.
Ao chegarmos ao mirante, com vista para a Pedra do Baú, encontramos uma fogueira acesa e uma mesa sobre cavaletes, com taças, copos, bandejas, cada item coberto por filme plástico, a fim de proteger de qualquer possibilidade de contágio pelo novo coronavírus.
Ainda recuperando o fôlego, brindamos a trilha (e a vida) com vinho branco gelado, apreciando a luz alaranjada do sol. Com opções para adultos e crianças, o piquenique era composto de sanduíches de salmão defumado, salame, presunto e queijo, sucos, iogurtes, achocolatado e frutas.
Para finalizar, assamos marshmallows espetados em galhos. Relaxados pela experiência (e pelo vinho), retornamos por uma trilha mais curta, no lado oposto do mirante, até a van que nos levou de volta ao Toriba.
Serviço
O Aventoriba custa R$ 250,00 por pessoa, com tudo incluso (trilha guiada, taxa de entrada no local, transporte). Criança até 5 anos não paga; de 5 a 10, paga com desconto se escolhido o menu kids.