'Comer, rezar e amar' em São Francisco Xavier

Distrito de São José dos Campos oferece tranquilidade e isolamento

Por: Carla Zomignani, especial para A Tribuna  -  20/06/21  -  14:49
  Distrito é quase na divisa com Minas Gerais
Distrito é quase na divisa com Minas Gerais   Foto: Divulgação/Antonio Basílio/PMSJC

Caminhar, respirar, se inspirar, relaxar e – por que não? – comer, rezar e amar..., como sugerem o livro e o filme homônimos? Estes são apenas alguns dos verbos que se podem conjugar durante a estada em São Francisco Xavier, distrito de São José dos Campos que é um verdadeiro refúgio verde fincado na Serra da Mantiqueira, quase na divisa com Minas Gerais.


Cerca de três horas e meia separam a Baixada Santista desse gostoso destino do Interior. Mas vale cada um dos 274 quilômetros rodados, entre curvas e vales que, por si só, já são suficientes para se começar a tirar o pé do acelerador e nos deixar contagiar pelo clima ameno e tranquilo de São Xico, como também é carinhosamente chamado esse lugar simples e superaconchegante.


Depois que se cruza o portal de entrada do distrito, distante 54,8 quilômetros de São José dos Campos, a ordem é deixar para trás o estresse da vida urbana e relaxar. Para tanto, não faltam trilhas, cachoeiras, rios, picos e pedras, emoldurados pela Mata Atlântica e com um visual de tirar o fôlego. Não tem como não amar...


Mas antes de começar a se aventurar pelos inúmeros roteiros ecoturísticos, vale a pena conhecer o centrinho da cidade, que possui uma única via principal, a XV de Novembro. Lá estão as caprichosas lojas de artesanato e restaurantes descoladinhos, onde se pode comer desde sanduíches até pratos bem elaborados, com destaque para os à base de truta e cordeiro. Um desses locais é o Pangea, um restaurante bem decorado e com pratos para comer bem e se deliciar...


Entre os ateliês e lojas de artesanato, destaque para o Dona Xica, onde se pode saborear aquele bolinho ou doce caseiro com café especial, apreciando uma surpreendente vista da mata. Também não faltam no centrinho a tradicional pracinha com coreto e a igreja, ideal para entrar no modo off e... rezar!


Para se aventurar


São Francisco Xavier é bem servido de empresas especializadas e locais para quem gosta de uma boa aventura em meio à natureza. São inúmeras cachoeiras, pedras, cumes, serras, quedas d’água e trilhas, que são um verdadeiro convite à adrenalina. Não é à toa que o distrito é Área de Proteção Ambiental (APA) estadual e federal!


Alguns espaços são particulares e podem ser acessados antes mesmo de se chegar ao destino, ainda na estrada, como a Cachoeira do Roncador. Há também a Cachoeira Pedro Davi, com 15 metros de queda e acesso público, mas que atualmente se encontra fechada devido à pandemia.


Já o Mirante da Pedra de São Francisco ou Pedra do Porquinho, é uma visita obrigatória. O acesso se dá por uma estrada de terra de 14 quilômetros, ideal para carros arrojados. Mas também é um prato cheio para quem pratica mountain bike, motocross e até cavalgada. Aliás, há até uma Via Sacra para romeiros devotos de São Francisco de Assis, que realizam o percurso a cavalo. Seja qual for o meio de transporte, o destino final é uma propriedade particular (de acesso público), onde se pode escalar duas pedras (com escadas).


Do alto, se tem uma visão panorâmica tanto da Mantiqueira quanto de São José dos Campos. Imperdível. No local também há uma gruta com a imagem de São Francisco e sua oração. Mais uma chance para se desligar do mundo e orar!


No mesmo local ainda há um gostoso restaurante, o Polenta de Pedra, e uma loja de conveniência, abertos em setembro de 2020, numa estrutura que chama a atenção pelo seu formato redondo, que lembra um disco voador. Dica de ouro: se for almoçar por lá, faça sua reserva logo ao chegar. Vale a comida, o visual... Para se maravilhar!


Na hora de se refugiar...


Depois de explorar algumas das muitas belezas naturais de São Xico, nada melhor do que um local para relaxar e recarregar as energias. E nesse quesito, uma das boas opções é a Pousada Vila Santa Bárbara. Com uma área de 150 mil metros quadrados, esse oásis em meio ao verde exuberante é o refúgio perfeito para casais e famílias em busca de paz, com direito a muito silêncio, só quebrado pelo barulhinho das águas do Rio Santa Bárbara, que serpenteia a propriedade, ou o canto dos pássaros.


As noites estreladas e o friozinho completam o cenário da pousada, que conta com nove bangalôs pra lá de aconchegantes. Todos garantem privacidade e conforto, com direito a lareira, ofurô individual e banheiro envidraçado com vista para a mata – conforme a acomodação escolhida.


Além de relaxar, dentro da própria pousada ainda é possível se conectar ainda mais com a natureza realizando as três trilhas existentes nela, graças ao reflorestamento realizado pelo seu proprietário, Marco Fonseca, ao longo dos últimos 25 anos. Com graus diferentes de dificuldade, em uma hora e meia é possível desbravar qualquer uma das trilhas. A mais extensa tem 1.500 metros e leva a uma linda paisagem da Serra da Mantiqueira.


No retorno da caminhada, nada como relaxar nas redes entre as árvores do jardim, na prainha de rio ou na piscina de água natural. Isso tudo, claro, após um delicioso e farto café da manhã individualizado (por conta da pandemia), servido no terraço aberto para a natureza. O restaurante, igualmente aconchegante, também serve almoço e jantar sob encomenda prévia, com direito a pratos bem quentinhos (sopas e fondues) para aquecer o friozinho.


Para esta temporada de inverno, o Vila Santa Bárbara está com pacotes de três diárias (durante a semana) a partir de R$ 1.260,00 o casal, com café da manhã e uma refeição incluídos.


Ah, faltou dizer que para se chegar a esse paraíso, são necessários exatos nove minutos em uma estradinha de terra, cuja entrada fica a 200 metros do portal do distrito. Mais informações e reservas em www.vilasantabarbara.com.br ou (12) 39261190.


*Carla Zomignani é jornalista e viajou a convite da Pousada Vila Santa Bárbara


Logo A Tribuna
Newsletter