‘Rollergirlsantos' ajuda mulheres a superarem dificuldades por meio da patinação

Grupo que começou com seis integrantes em 2021 já tem 47 patinadoras, que participam semanalmente das atividades na orla

Por: Daniel Rodrigues*  -  03/12/21  -  19:32

Difundir e ensinar a patinação, enquanto ajuda mulheres a enfrentarem problemas pessoais. Esses são os objetivos do grupo de patinadoras 'Rollergirlsantos'. “Acolhemos mulheres que enfrentam problemas pessoais, físicos ou psicológicos, como baixa autoestima, depressão, ansiedade e outros. E a patinação mostra a elas o quanto são capazes de fazer qualquer coisa que quiserem”, conta uma das fundadoras do projeto, Roberta Marcondes da Silva, 43 anos.


Grupo se reúne semanalmente para a prática da patinação
Grupo se reúne semanalmente para a prática da patinação   Foto: Divulgação

Renata Chemalle, de 39 anos, e outra fundadora do grupo, conta que sempre praticava exercícios físicos e participava de corridas de maratonas, mas acabou lesionando as costas por ter exagerado nos treinos. Por ser uma das coisas que mais gostava de fazer na vida, ficou doente. “O grupo foi decisivo demais pra mim sair de uma depressão”.


Sem poder correr por conta do impacto, Renata acabou optando por outra atividade. “A patinação me trouxe de volta a vontade de viver, de fazer meu exercício, ajudou na minha saúde mental e física”, explica.


A engenheira de produção Nathália Figueiredo, de 28 anos, também se beneficiou com a experiência. "A entrada no grupo e a participação dos encontros de patinação fortaleceu meu emocional, melhorou a questão da ansiedade (...) As meninas, além de me incentivarem e motivarem em relação ao esporte, se tornaram amigas.”


Criação do grupo
O grupo foi oficialmente criado em janeiro deste ano pelo WhatsApp por Roberta e sua amiga Renata. “O intuito era apenas de juntar as amigas para fazer passeios de patins pela ciclovia. A formação inicial era de aproximadamente 6 meninas que já sabiam patinar”, explica Roberta.


Com o aumento do número de participantes, elas criaram o Instagram do 'Rollergirlsantos' e mais mulheres foram se juntando. “Tivemos que mudar os objetivos do grupo para atender quem também não sabia patinar. Atualmente estamos com 47 mulheres de todas as idades”.


Esporte e amizade ajudam a resolver situações pessoais, como a ansiedade e a depressão
Esporte e amizade ajudam a resolver situações pessoais, como a ansiedade e a depressão   Foto: Divulgação

Elas são procuradas por todos os tipos de mulheres: que sabem ou não patinar, que não querem andar sozinhas, que praticavam o esporte quando crianças e querem retomar a atividade, entre outros motivos.


Além da ajuda emocional, as integrantes do grupo contribuem com conhecimento. “Não somos professoras, mas amamos transferir o conhecimento que temos por patinar há alguns anos. Com o tempo percebemos que poderíamos ajudar o próximo por meio dos patins”.


Elas têm unido forças com outros grupos de patinação da região e feito eventos beneficentes. No evento do Setembro Amarelo, conseguiram arrecadar 75 quilos de alimentos que foram doados à Instituição Estrela da Mama, em Praia Grande. Realizaram também o Outubro Rosa juntamente com os grupos amigos. “Achamos importante essa integração social e por isso nos envolvemos sempre que possível na organização”, conta a administradora.


“Nossos encontros são fixos e semanais. Acontecem às segundas e sextas-feiras, às 20 horas, na praça atrás do Aquário Municipal de Santos. Porém, fora isso, também fazemos encontros com dias aleatórios, de acordo com a disponibilidade de cada uma das integrantes”, declara Roberta.



Avaliação de nível
As candidatas a integrantes do grupo passam por uma avaliação em relação ao nível de patinação, antes de participarem dos passeios.


Renata explica que quem já patina vai direto para o passeio na ciclovia, enquanto as novatas na modalidade têm aulas na praça para aprender a patinar. Os treinos, segundo ela, são necessários pelos seguintes motivos: “Para que elas ganhem equilíbrio, lateralidade. Nós fizemos esses treinos para as meninas aprenderem, para subirem de nível, mas sempre respeitando (o ritmo de) sua evolução até que cheguem no nível de subir e descer calçadas, patinar bem, sair dos obstáculos”, finaliza.


* Reportagem feita como parte do projeto Laboratório de Notícias A Tribuna - UniSantos sob supervisão do professor Paulo Bornsen e do diretor de Conteúdo do Grupo Tribuna, Alexandre Lopes.


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