Câncer de mama também afeta felinos; castração reduz risco em quase 90%

Nas gatas, este tumor representa 17% dos registros da doença que atingem a espécie

Por: Luzia Souza*  -  13/10/21  -  16:15
 Castração evita risco da doença
Castração evita risco da doença   Foto: Daniel Rodrigues

Engana-se quem pensa que câncer é uma doença que atinge apenas humanos. Em felinos, o de mama é responsável pela terceira maior incidência da doença, tanto em fêmeas como em machos. Especificamente nas gatas, o tumor de mama representa 17% dos casos de câncer que atingem a espécie. Veterinários revelam que a castração ainda no primeiro ano de vida é capaz de reduzir o risco da doença.


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A médica veterinária Adriana Moraes, 43 anos, explica que o câncer nos felinos é semelhante ao que incide nos humanos. “É a multiplicação descontrolada das células da glândula mamária, formando nódulos que podem ser benignos ou malignos”, explica.


Especialista em oncologia veterinária, Adriana destaca que não existe apenas uma única causa, mas que a influência hormonal é um fator propulsor, assim como o uso de contraceptivos injetáveis.


Ela defende a castração animal entre 6 meses e 1 ano como forma de reduzir a incidência do câncer de mama. Com o procedimento, de acordo com ela, a possibilidade de aparecimento da doença cai 86%. Além disso, a profissional destaca a importância da castração no auxílio ao controle populacional e evitar a piometra, que é a infecção uterina.


“É de grande risco a descoberta do câncer tardio, porque os nódulos podem crescer muito e ulcerar, levando a dor e infecções. Outro risco é a possível causa metástase e a invasão de outros órgãos”.


A especialista lembra que a melhor maneira de descobrir o câncer de mama é levando o animal ao veterinário para fazer exames periódicos. Entretanto, ela reforça a importância do papel do tutor, que deve ficar atento aos sinais, como o aumento de volume na mama, emagrecimento, tosse, falta de ar, perda de apetite e vômito.


Assim como nos humanos, o tratamento mais comum é a retirada das mamas e quimioterapia. Já os efeitos são um pouco diferentes e não tão agressivos: vômitos, perda de apetite, diarreia e diminuição da imunidade.


“Basicamente, o tratamento para cadelas e gatas é o mesmo, cirurgia e quimioterapia. O que muda é a cirurgia. Nas gatas, a indicação é mastectomia radical, nas duas cadeias mamárias. Já nas cadelas vai depender do tamanho e da localização do tumor. A mastectomia bilateral quando indicada é feita em duas etapas, uma cadeia em uma cirurgia e a outra cadeia mamária em outra cirurgia”, explica a veterinária.


* Reportagem feita como parte do projeto Laboratório de Notícias A Tribuna-UniSantos, sob a supervisão da professora Lidiane Diniz e do diretor de Conteúdo do Grupo Tribuna, Alexandre Lopes.


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