Juan Guaidó leva cópias de lei de anistia a militares na Venezuela

Parlamento já foi declarado em desacato

Por: France Presse  -  28/01/19  -  20:38
Opositores entregaram texto da legislação que isenta atos desde 1999: militares queimaram papéis
Opositores entregaram texto da legislação que isenta atos desde 1999: militares queimaram papéis   Foto: Luis Robayo/AFP

O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, aumentou a pressão contra o governo de Nicolás Maduro com a divulgação de uma lei de anistia para os militares.


Guaidó mandou seus seguidores às ruas para distribuir cópias da lei aprovada pelo Parlamento de maioria opositora, presidido por ele desde 5 de janeiro.Com bandeiras venezuelanas, grupos de oponentes entregaram cópias da lei em frente ao Forte Tiuna - principal complexo militar - e de outros quartéis.


A legislação "dá todas as garantias constitucionais” a militares e civis que “colaboram para a restauração da democracia".


Alguns soldados as queimaram, outros rasgaram. “As Forças Armadas estão com nosso comandante em chefe, Nicolás Maduro”, disse um soldado em uma rua de acesso ao comando do Exército em San Bernardino, ao Norte de Caracas.


"Nós entregamos [a lei] para que lutemos para ter as Forças Armadas ao lado de um povo que pede eleições livres. Se eles queimam, é assunto deles, nós não queremos violência”, disse o deputado de oposição Ismael Leon em San Bernardino.


Embora suas decisões sejam canceladas pelos tribunais depois de o Parlamento ser declarado em desacato, o Congresso aprovou a eliminação “da responsabilidade civil, criminal, administrativa [...] pelas investigações, procedimentos, penalidades e sanções”, registradas desde 1º de janeiro de 1999, segundo lei, cobrindo as duas décadas do governo de Chávez.


Guaidó busca quebrar o apoio de Maduro pelas Forças Armadas, que, embora reiterasse lealdade ao presidente e dissesse que está unido, mostra fissuras: no sábado, o adido de Defesa em Washington, coronel José Luis Silva, ignorou Maduro e instou os militares a apoiarem Guaidó.


Guaidó, de 35 anos, lidera a oposição que considera ilegítimo o segundo mandato de Maduro.


Reação


Durante exercícios militares em várias regiões do país, o presidente Nicolás Maduro pediu, no domingo (27), “união, disciplina e coesão” para derrotar a atual “tentativa de golpe de estado”. “Traidores nunca, leais sempre”, afirmou. Ele também rechaçou pedido dos europeus para convocar eleições. “Vamos deixar todo o sistema de armas, toda a força militar, toda a prontidão operacional, toda a união cívico-militar, toda a capacidade da milícia para que ninguém ouse sequer pensar em tocar nosso solo sagrado”, disse ele.


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