Bolsonaro fala pela 1ª vez sobre vacinação: 'É do Brasil, não é de nenhum governador'

Início da imunização está previsto para esta segunda-feira (18), a partir das 17h, nos estados brasileiros

Por: Do Estadão Conteúdo  -  18/01/21  -  17:05
Depois de dizer que Brasil estava 'quebrado', Bolsonaro diz que país está uma maravilha
Depois de dizer que Brasil estava 'quebrado', Bolsonaro diz que país está uma maravilha   Foto: Estadão Conteúdo

Um dia após o governador de São Paulo, João Doria, sair na frente e iniciar a vacinação contra Covid-19 no Estado, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a "vacina é do Brasil", em referência à Coronavac, imunizante produzido pelo Instituto Butantan em parceria com a chinesa Sinovac. "Não é de nenhum governador não", afirmou o presidente em conversa com apoiadores ao deixar o Palácio da Alvorada na manhã desta segunda-feira (18). O início da imunização no restante do País está previsto para esta segunda-feira (18), a partir das 17h.


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"A Anvisa aprovou, não tem o que discutir mais. Havendo disponibilidade no mercado, a gente vai comprar e vai atrás de contratos que fizemos que era para ter chegado aqui", disse o presidente aos apoiadores, sem entrar em detalhes a quais vacinas se referia. O vídeo da conversa foi divulgado por um canal de apoio ao governo no YouTube.


O início da vacinação em São Paulo foi vista como derrota política para Bolsonaro. O Ministério da Saúde planejava um evento no Palácio do Planalto para a terça-feira, 19, para marcar o início da campanha de imunização no País para tentar mostrar protagonismo do governo federal no enfrentamento à pandemia. Doria, porém, foi mais rápido e venceu a corrida pela foto da primeira pessoa imunizada no País - uma mulher, negra, enfermeira em um hospital público de São Paulo.


Doria é o principal adversário político de Bolsonaro e potecial rival na disputa pela Presidência da República em 2022.


O governo federal, por sua vez, tinha como principal aposta a vacina produzida pela Universidade de Oxford em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Um lote com 2 milhões de doses do imunizante deve ser importado da Índia nos próximos, mas o país asiático frustrou os planos de Bolsonaro ao atrasar o envio em alguns dias.


O governador paulista iniciou a imunização no Estado horas após a Agência Nacinonal de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberar o uso emergencial da Coronavac. Doria abriu a entrevista coletiva com uma crítica direta ao governo federal. "Hoje é o dia V. É o dia da vacina, é o dia da verdade, é o dia da vitória, é o dia da vida", disse. "É o triunfo da vida contra os negacionistas, contra aqueles que preferem o cheiro da morte ao invés do valor e da alegria da vida."


Logo depois, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, reagiu e disse que a vacinação em São Paulo foi "jogada de marketing" e ameaçou ir à Justiça. "Todas as vacinas produzidas pelo Butantan foram contratadas de forma integral e exclusiva, todas, inclusive essa que foi aplicada agora. Então, é uma questão jurídica. Todo o custeio do Butantan é contratado e pago pelo Ministério da Saúde, pelo SUS, pelos senhores. Não foi com nenhum centavo de São Paulo", disse Pazuello ontem - sendo depois contestado por Doria.


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