Vereador é preso por fraudes em licitações e ligação com o PCC no Litoral de SP

Ricardo Queixão (PSD) está entre os capturados após investigações do Ministério Público

Por: ATribuna.com.br  -  16/04/24  -  09:02
Atualizado em 16/04/24 - 10:48
Ricardo Queixão (PSD) foi preso temporariamente durante o cumprimento de mandado nesta terça-feira (16)
Ricardo Queixão (PSD) foi preso temporariamente durante o cumprimento de mandado nesta terça-feira (16)   Foto: Divulgação e Câmara dos Vereadores de Cubatão

O vereador de Cubatão, Ricardo Queixão (PSD), foi preso na manhã desta terça-feira (16) durante a Operação Muditia do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em parceria com a Polícia Militar (PM), deflagrada em cidades do litoral de São Paulo e no Alto Tiete. Além dele, outras duas pessoas foram presas, como o advogado Áureo Tupinambá e a servidora pública de Cubatão, Fabiana de Abreu Silva. Mais cinco mandados de busca e apreensão também estão sendo cumpridos na Baixada Santista.


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O objetivo da operação é desarticular uma organização criminosa, ligada à facção Primeiro Comando da Capital (PCC), que está sendo investigada por realizar fraudes em licitações em todo o Estado. A 5ª Vara Criminal de Guarulhos expediu 42 mandados de busca e apreensão que estão sendo cumpridos nesta manhã em várias cidades, e mais 15 de prisão temporária, entre elas de três vereadores de cidades do Alto Tietê e do litoral paulista.


Até o momento, a informação é de que Queixão foi preso na casa onde ele mora em Praia Grande, enquanto Tupinambá foi detido em Santos. Já Fabiana, a servidora da Prefeitura de Cubatão, também foi presa em Praia Grande.


As investigações apontam que os envolvidos atuavam em empresas que fraudavam competições em processos de contratação de mão de obra terceirizada em várias prefeituras e câmaras. Foram descobertos contratos em Guarulhos, São Paulo, Ferraz de Vasconcelos, Cubatão, Arujá, Santa Isabel, Poá, Jaguariúna, Guarujá, Sorocaba, Buri e Itatiba. Outros municípios também estão com contratos sob análise.


Para tal feito, o grupo atuava, primeiramente, simulando a concorrência com empresas parceiras ou de um mesmo grupo econômico. Também existe a hipótese de que a organização atuasse corrompendo agentes públicos e políticos, como secretários, procuradores, presidentes de Câmara de Vereadores, pregoeiros, entre outros. Na investigação, ainda são apontados os crimes de fraude documental e lavagem de dinheiro.


Conforme o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), o grupo criminoso possui contratos que totalizam mais de R$ 200 milhões angariados nos últimos anos. As investigações ainda descobriram que alguns deles atendiam interesses da facção criminosa, influenciando na escolha dos vencedores dos processos licitatórios e na divisão de valores obtidos pelos pregões.


A Reportagem procurou a Câmara dos Vereadores de Cubatão. Em nota, o legislativo disse que tomou ciência da referida operação nesta manhã (16) e que está colaborando com as equipes de investigação, fornecendo todos os documentos solicitados pelas autoridades. A Tribuna segue acompanhando os desdobramentos do caso


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