Pai de jovem morta no Vale do Ribeira recorda contato com suspeito: 'Ajudei ele a procurar emprego'
Aguida Fernandes foi achada morta em um terreno perto de onde morava. Suspeito segue foragido
Familiares e amigos da adolescente Aguida Fernandes Freitas, encontrada morta nesta quarta (12), em Pariquera-Açu, no Vale do Ribeira, pedem justiça para o caso. O pai da vítima, Luiz Antônio Rodrigues de Freitas, afirma que conhecia o suspeito de cometer o crime, um homem de 29 anos, e que chegou até a ajudá-lo a procurar um novo emprego.
Luiz Antônio relata que o terreno onde a filha foi encontrada morta fica de frente para sua própria casa. O espaço abrigaria a nova residência do acusado, que estava se mudando para a cidade com a família e se intitulava pastor.
O pai afirma que teve o primeiro contato com o suspeito no fim do ano passado. "Ele morava de frente para a casa da minha filha. Já ajudei ele várias vezes, dei cestas básicas quando ele estava desempregado. Várias pessoas da vizinhança o ajudaram. Quando estava desempregado, levei ele para procurar emprego", recorda.
Segundo Luiz, o homem suspeito de cometer o assassinato chegou a convidá-lo para frequentar a igreja, no fim do ano passado. Ele desconhecia o contato entre o acusado e a filha.
"Ela (Aguida) estava muito feliz. Todo o fim de semana ela estava na minha casa. Brincava, saia. Eu dizia para ela estudar bastante. Ela pediu para colocar um aparelho na boca dela, de presente de aniversário, para arrumar os dentes dela. Todos os anos, minha esposa, madrasta, fazia festa de aniversário para ela. Eu não imaginava que isso fosse acontecer", desabafa o pai.
"Não era pastor"
O Conselho de Pastores de Pariquera-Açu (Conplep) emitiu uma nota dizendo que desconhece o possível autor do crime como pastor, e que o mesmo nunca teve qualquer reconhecimento ou relação com a entidade.
O presidente do Conselho, Marcos Moreira, reforçou que o suspeito não é pastor, apesar de se intitular dessa forma.
"Ele nunca foi apresentado aqui na cidade como pastor, não era vinculado a ministério algum. Nenhuma das igrejas vinculadas ao Conselho reconheciam ele nem como membro, nem como pastor. O que sabemos é que ele abriu uma porta perto da Vila Palmira e começou a atender como pastor, mesmo sem ser. Não conhecemos ele pessoalmente, nunca tivemos contato", disse Moreira.
Desaparecimento
Aguida desapareceu na noite de terça-feira (11). Imediatamente, o pai iniciou as buscas, elaborando boletim de ocorrência na delegacia. Uma testemunha disse à polícia que viu a adolescente acompanhada por um desconhecido, que foi reconhecido posteriormente como o dono do terreno onde o corpo foi encontrado.
A Delegacia de Pariquera-Açu investiga o caso, registrado como feminicídio. O suspeito ainda não foi localizado.
