Hacker de Santos que ostenta vida de luxo é procurado por desviar milhões de bancos

Matheus Martins Marques, nascido em Santos, é procurado pela Polícia Civil do Distrito Federal (DF) por aplicar golpes milionários em diversos bancos nacionais e internacionais. Ele está com a prisão preventiva decretada desde o fim de abril. O hacker coleciona fotos de viagens internacionais em locais luxuosos.

Matheus Marques é investigado na Operação Black Hat, da Delegacia Especial de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC). A autoridade policial confirma o envolvimento do hacker e aponta que ele "se encontra foragido, provavelmente na região de Santos".

A Polícia Civil de Santos tomou conhecimento sobre o fato no fim do ano passado e cumpriu dois mandados de busca e apreensão, sendo um na casa de Matheus e outro no imóvel da mãe.

Na ocasião, foram apreendidos computadores e celulares. O material foi encaminhado a Polícia Civil do DF, que pediu a prisão do hacker. O conteúdo encontrado não foi revelado.

Escondido

O delegado Fabiano Fonseca Barbeiro, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de Santos, cita que a corporação esteve em cinco endereços ligados a Matheus Marques e familiares na Baixada Santista, mas o hacker não foi encontrado.

"Tínhamos alguns endereços, como o dele e o da mãe, aqui em Santos. Tínhamos mais dois endereços da atual companheira dele em São Vicente, um na casa da família e outro endereço comercial. E um quinto endereço em Praia Grande, onde ele já havia residido no passado, um apartamento de cobertura. Nesses locais, não conseguimos localizá-lo, mesmo depois de diligências e diversas campanas", explica Barbeiro.

Forma de atuação

O hacker de Santos é apontado como integrante de uma organização criminosa que invadia bancos nacionais e internacionais, e também fazia chantagem para não divulgar dados sigilosos.

A operação foi deflagrada em janeiro deste ano. Segundo a Polícia Civil do DF, criminosos pediram 50 bitcoins (criptomoedas), cerca de R$ 5,2 milhões na época, para não vazarem dados que supostamente teriam acessado.

Para invadir as máquinas, os cibercriminosos usavam o chamado ransomware, uma espécie de malware de sequestro de dados, feito por criptografia. Ele usa arquivos pessoais da vítima como refém e cobra em criptomoedas para devolver o acesso.

Denúncias anônimas

Informações que levem à prisão do foragido podem ser fornecidas anonimamente pelo telefone 181 (Disque Denúncia), ou presencialmente no Palácio da Polícia de Santos (Avenida São Francisco, 136, Centro).