Falso investigador da polícia é preso por praticar golpes em Praia Grande

Carlos Alberto Morais da Costa, de 43 anos, extorquia comerciantes para não vistoriar o estabelecimentos

Por: Eduardo Velozo Fuccia  -  08/12/18  -  11:45
Homem extorquia comerciantes ao se passar por investigador da Polícia Civil e cobrar propina
Homem extorquia comerciantes ao se passar por investigador da Polícia Civil e cobrar propina   Foto: Divulgação

Acusado de se passar por investigador para extorquir comerciantes de Praia Grande, Carlos Alberto Morais da Costa, de 43 anos, foi detido quinta-feira (6) à tarde por guardas municipais. A Polícia Civil, agora, tenta identificar vítimas do falso agente público de segurança. No ano passado, ele já havia sido preso em flagrante pelo mesmo motivo.


Havia informações de que o falso investigador agia com um Gol prata. A placa do carro era do conhecimento da Guarda Civil Municipal de Praia Grande, que conseguiu localizá-lo às 16h35 de quinta-feira na Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinha, no Ocian.


No veículo havia uma réplica de pistola calibre 9 milímetros, que ele usava para extorquir os comerciantes. Também foram apreendidos no Gol a quantia de R$ 977,00 e dois cheques, de R$ 1.700,00, emitidos por um bar e restaurante. Suspeita-se que os valores sejam produtos de extorsões.


Logo após ser comunicada da detenção de Carlos Alberto, a equipe do delegado Flávio Goda Magário e do investigador Gleydson Segundo, do 2º DP de Praia Grande, identificou duas vítimas do falso policial civil.


Elas são o dono e o funcionário de uma adega localizada no Quietude. Com distintivo da Polícia Civil pendurado ao pescoço e pistola na cintura, Carlos Alberto foi ao comércio na tarde do último dia 22 de novembro. Para não vistoriar o estabelecimento e apreender mercadorias, exigiu dinheiro.


Apenas o funcionário estava na adega. Após alegar não possuir dinheiro, ele foi agredido com dois tapas na cabeça e sequer pôde se defender. Recém-operado da perna, o empregado usava armação metálica conhecida por gaiola e se locomovia com auxílio de muleta.


Antes de ir embora, o falso investigador pegou da caixa registradora R$ 77,00 e prometeu retornar com a “barca preta e branca” (viatura da Polícia Civil) para buscar mais dinheiro. De fato, Carlos Alberto voltou à adega e pediu R$ 400,00 ao proprietário, que não cedeu à chantagem.


Na quinta-feira, as vítimas reconheceram o acusado no distrito. Como não havia flagrante, o delegado Magário requereu à Justiça a prisão temporária de cinco dias do falso policial. O pedido foi acatado, sendo a ordem de captura cumprida no final da noite.


Durante o prazo da temporária, a Polícia Civil tentará esclarecer outros crimes de Carlos Alberto e requerer a sua prisão preventiva. O investigador Gleydon Segundo destaca que comerciantes eventualmente extorquidos devem comparecer ao distrito para reconhecer o acusado, que é branco, obeso e calvo.


Arma e algemas


Na manhã de 12 de maio de 2017, policiais da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Santos prenderam Carlos Alberto em flagrante. Em seu apartamento, em Praia Grande, havia pistola calibre 380 com a numeração raspada, munições e um distintivo da Polícia Civil.


O acusado também teve o seu Gol prata apreendido, porque nele estavam instalados equipamentos sonoros e luminosos típicos de viaturas descaracterizadas. No carro havia par de algemas e uma touca preta de lã, do mesmo tipo que assaltantes utilizam para ocultar o rosto.


Criminoso utilizava arma falsa para se passar por investigador da Polícia Civil
Criminoso utilizava arma falsa para se passar por investigador da Polícia Civil   Foto: Divulgação

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