Em ação de marketing, traficantes vendem cápsulas de cocaína com rosto de mulher

Com o objetivo de fidelizar os clientes e captar outros potenciais consumidores, traficantes do Morro do José Menino, em Santos, investem em estratégias de marketing. Cientes de que a propaganda é a alma do negócio, como defendem os publicitários, os criminosos rotularam cápsulas de cocaína com a foto de uma mulher e a sugestiva frase: “Forte pra dar sorte”.

Um total de 35 cápsulas com essas etiquetas foram apreendidas por policiais da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise) em uma casa na Rua Seis, próximo a um acesso à rampa de saltos de asa-delta e paraglider.
A droga estava dentro de um tonel debaixo de uma televisão, no qual havia 870 pedras de crack, quatro porções de maconha, balança, caderno com a contabilidade do tráfico e material para embalar entorpecente. Ao lado, uma mochila continha a quantia de R$ 478,00.

Os investigadores apuravam informação de que uma casa na Rua Seis servia como depósito das drogas comercializadas no morro. A moradia na qual os policiais entraram estava com a porta aberta e dela exalava odor de entorpecentes.

Robson Silva dos Santos, de 29 anos, Richard Anickson dos Santos Souza, de 21, e Filipe de Souza Silva, de 27, estavam na sala e não souberam explicar o que faziam no local. Eles residem no Morro do José Menino, mas em outras casas.

Ao receberem voz de prisão, os rapazes se calaram, dizendo que apenas se manifestarão perante um juiz. Conduzido à Dise, o trio foi autuado em flagrante por tráfico e recolhido à cadeia.

Ponto de venda

Simultaneamente, outros policiais da delegacia especializada flagraram alguns desconhecidos em um ponto de venda de drogas instalado no alto de uma escadaria do morro.

Os suspeitos correram em direção à mata e conseguiram fugir. Porém, no matagal, os investigadores acharam três galões com cerca de 50 litros de lança-perfume caseiro. Por enquanto, não foi possível estabelecer ligação entre o líquido entorpecente e o trio preso com as demais drogas.

Guarda-sol e refrigerante contribuíam para o conforto de quem atuava no ponto de tráfico. Como se fosse um comércio lícito e liberado, o posto de venda de drogas funcionava diante de crianças, mulheres e demais moradores do morro, que nada podiam falar, sob pena de sofrerem retaliações do crime organizado.